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Cotidiano

‘O ciclismo me salvou’, conta atleta de MS que representou o Brasil fora e foi campeão em prova inédita

Natural de Sete Quedas, Canibal está há 17 anos competindo como ciclista profissional
Liana Feitosa, Lívia Bezerra -
Circuito de Ciclismo (Nathalia Alcântara, Midiamax).

O atleta sul-mato-grossense João Marcelo Pereira Gaspar, conhecido como ‘Canibal’, de 32 anos, pedalou 89 km em 2h14 e, assim, saiu vencedor do 1º Circuito de Ciclismo do Pantanal.

Com extenso currículo, Canibal já morou e competiu na Europa, para onde se mudou aos 23 anos, morando na Suíça. Lá, competiu com as melhores equipes, além também de fazer parte da Seleção Brasileira de Ciclismo durante 6 anos.

Natural de , está há 17 anos competindo como ciclista profissional. Assim como ele, outros 120 ciclistas, das categorias amador e profissional, participaram do evento promovido em . Foram 2h de uma prova que começou às 6h, no Parque dos Poderes.

Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, foi atleta reserva da Seleção. Por ter crescido na pequena cidade sul-mato-grossense de Sete Quedas, a 470 km de Campo Grande,  região de fronteira, Canibal conta que é comum que jovens acabem indo para o lado mais fácil, que é a criminalidade.

Mas, um dia, ele viu pessoas pedalando pela região, e ficou interessado. 

“O ciclismo me tirou de um lugar onde eu poderia caminhar pra criminalidade. Ele também me salvou de ser uma pessoa sedentária. Poderia me arrastar para outro lugar, mas me impulsionar para outro lado”, compartilha o atleta.

Foi daí que surgiu o nome Canibal. “Vem no ciclismo mesmo, do jeito de correr, a vontade ao pedalar, canibal mesmo”, detalha. Apesar de toda sua voracidade, confessou que a prova em Campo Grande foi desafiadora: “foi um circuito bem técnico e duro.” 

Ele sabia que o final do trajeto seria bem desgastante e contou que tinha outro atleta, amigo dele, que estava 1 minuto e 30 segundos à frente dele. Mas ele persistiu e conseguiu alcançar o colega competidor, Eric, conhecido como Mandioquinha. Ao ultrapassar Eric, Canibal ganhou a dianteira da prova. “Foi uma honra (ultrapassar o amigo)”, completa. 

Circuito de ciclismo (Nathalia Alcântara, Midiamax).

Para o empresário Cristiano Mendes, de 38 anos, organizador do evento, a prova é a realização de um sonho. “Estamos atendendo uma dor do ciclista de Mato Grosso do Sul, que sempre saem do Estado para buscar melhores provas e mais desafiadoras”, contou ao Midiamax.

O evento

Foi a partir dessa necessidade que ele e alguns amigos decidiram se unir e promover esse circuito, numa parceria com o Governo do Estado e outros apoiadores. O circuito foi planejado durante 6 meses e, segundo ele, está entre os 3 mais difíceis do país. 

“Nossa meta foi superada porque as provas de Mato Grosso do Sul e Campo Grande sempre ‘pegam’ de 8 a 90 ciclistas. Nessa, são 120 inscritos. Temos também atletas da Espanha, Venezuela e Paraguai”, compartilha.

A ideia é transformar o circuito em um evento anual. “Aqui estamos realizando sonhos de muitos ciclistas e, para nós, é satisfatório. Além disso, fechar o Parque dos Poderes e a Avenida Afonso Pena não é fácil”, conta, aos risos.

Não apenas atletas foram ao Parque dos Poderes acompanhar a prova. Marielle Macedo, 41 anos, foi torcer pelo esposo, o dentista Hederson Macedo, de 47, que competiu na categoria profissional.

Ela conta que sempre que pode vai nas provas acompanhar o marido, e geralmente tem a companhia dos filhos, de 11 e 17 anos, nesses momentos. 

“Eu dou o maior apoio pra ele porque ele tem uma profissão que precisa ficar o dia todo sentado. Então é uma forma de manter a saúde física, unindo a algo que ele gosta muito. Ele tem muitas paixões e o ciclismo, com certeza, é uma delas”, compartilha Marielle.

Ao citar os filhos, ela afirma que eles têm orgulho do pai, e “vibram muito, com certeza”. “Eles acordaram cedo, estão morrendo de sono, mas estão aí, torcendo pelo pai”, completa. 

Mudança de vida

Quem também foi acompanhar o desempenho de um familiar foi a Gislaine Bolandine, que fala com muito orgulho do filho, Kauã Henrique Bolandine Miquito, de 21 anos.

Ele está no ciclismo há 4 anos, que entrou na sua vida após uma série de crises de ansiedade. Assim, ele decidiu procurar um esporte para que pudesse se sentir melhor, e se encontrou no ciclismo.

“Agora a vida dele é a bike. Já foi campeão estadual no ano passado, em Campo Grande. Dá muito orgulho”, afirma a mãe.

“Ele entrou em um caminho bom. É um esporte de alto custo, porém, leva seu filho a fazer coisas boas. Ele é fissurado, bicicleta está no sangue”, completa.

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