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Cotidiano

Nas ruas, população se surpreende com reajuste e reclama da precariedade dos ônibus de Campo Grande

Reajuste ainda não chegou para a população, apesar de decisão publicada nesta quinta-feira
Priscilla Peres, Clayton Neves -
Terminal de ônibus em Campo Grande
Imagem Ilustrativa(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

A prefeitura de Campo Grande publicou no Diário Oficial desta quinta-feira (14), o reajuste da tarifa de ônibus que vai a R$ 4,75. O aumento ainda não chegou para a população, apesar da decisão entrar em vigor hoje, mas a população se espanta e reclama de mais um peso no bolso.

O reajuste que será de R$ 0,10 é anual e deveria ter entrado em vigor em 1º de março, mas intensa disputa judicial marcou a decisão, que só ocorreu após determinação da Justiça sob pena de multa milionária.

Nas ruas, a reação dos usuários do transporte público de é de surpresa e decepção com o reajuste. Muitos reclamam do peso no bolso do trabalhador, mas principalmente da precariedade dos serviços oferecidos, que incluem superlotação, atrasos, entre outras dificuldades.

O que dizem os usuários do transporte público:

Rosângela da Silva

Não sabia do aumento, mas disse que “é um absurdo pagar o que a gente paga e não ser atendido como deveria. O calor dentro do ônibus é terrível e ainda existem casos de furto que você registra o BO, mas não acontece nada”. Rosângela conta que já teve um celular furtado dentro do ônibus.

Ela ainda reclamou das condições de limpeza dos pontos de ônibus e que também são superlotados. “Ok aumentar o preço, mas esse valor tem que voltar para a sociedade de uma maneira coerente, sou usuária, sempre pego ônibus e vejo que não somos bem atendidos”, afirma ela que passa mais de uma hora por dia dentro do ônibus.

Roseli Rolon

Destacou que R$ 4,65 já era um valor alto e que pesava no bolso. Ultimamente, ela pega dois ônibus por dia para fazer um curso no centro, mas sempre usou transporte coletivo. “Para quem trabalha e é descontado do salário, o valor é um absurdo e não justifica porque os ônibus são lotados, molha dentro quando chove, não tem segurança e o calor é absurdo”.

Creuza Silva de Oliveira

“Não acredito. Isso não poderia acontecer porque as coisas já estão difíceis e é muito caro para um ônibus lotado. Hoje mesmo, vim quase pendurada das Moreninhas até o centro, estava muito cheio, cheio mesmo o ônibus”.

Vanclei Renato

“Está uma mer**. O transporte é devagar, todo mundo fica esperando, inclusive idoso, sem lugar para sentar. Por isso que eu ando de bike, precisa largar mão de transporte público”, disse ele, citando a opção que utilizou para fugir dos ônibus.

Dionísia de Souza

“Não deveria estar subindo tanto, eu nem sabia que aumentou. Para quem vai e vem duas vezes é pesado. Faltam ônibus e tem horas que lota demais e precisamos ficar esperando outros ônibus, porque não dá para entrar”.

Disputa judicial

Em dezembro de 2023, decisão de primeiro grau pela 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros determinou o reajuste da tarifa de ônibus pelo Município de Campo Grande, por meio da Agereg.

No entanto, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acabou suspendendo a decisão do reajuste tarifário. O desembargador Eduardo Machado Rocha pediu a suspensão até que fosse votado o recurso da Agereg, este em que o MPMS se manifestou.

Até o momento, o recurso não foi votado. O desembargador ainda pediu a conciliação entre as partes, o que não aconteceu mesmo com a audiência.

Já em fevereiro deste ano, o Consórcio então entrou com recurso e pediu inclusive o aumento da multa aplicada ao Município em caso de não reajuste da tarifa de ônibus. A multa inicial era de R$ 50 mil.

Assim, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, elevou a multa para 120% do que é devido pela administração municipal ao Consórcio Guaicurus.

Tarifa 72% mais cara em 11 anos

Em 11 anos que o Consórcio Guaicurus domina o transporte, os passageiros de Campo Grande viram o passe de ônibus ficar 72,2% mais caro, impactando diretamente no bolso das famílias.

O reajuste de 2024 é o menor dos últimos anos, sendo 2,94% de aumento que entram em vigor ainda nesta quinta-feira (14). E ocorre com atraso após intensa disputa judicial com o Consórcio Guaicurus, que queria aumento bem maior e passe em R$ 5,80 e tarifa técnica em R$ 7,79.

O Consórcio Guaicurus comanda o transporte público de Campo Grande desde 2023. Na época, os usuários precisavam desembolsar R$ 2,75 para realizar uma viagem de ônibus e a tarifa dos ônibus executivos era de R$ 3,35.

Nesses 11 anos de atuação, a tarifa do transporte público encareceu 72%. Em todos esses anos, foram realizadas apenas duas quedas no preço da tarifa. Uma delas ainda em 2013, quando o passe, que era cobrado R$ 2,75, reduziu para R$ 2,70.

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