Na Marechal Deodoro, retomada de obras do corredor de ônibus divide moradores

Prefeitura decidiu reabrir licitação para concluir obras do corredor de ônibus

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(Foto: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax)

Reeleita, a prefeita Adriane Lopes decidiu retomar as obras do corredor de ônibus da avenida Marechal Deodoro, em Campo Grande. A abertura de nova licitação foi publicada no Diário Oficial esta semana e divide opiniões de quem mora ou trabalha nas redondezas da obra parada há anos.

A decisão do município ocorre pouco tempo depois do período eleitoral, em que os corredores de ônibus foram amplamente atacados. Candidatos angariaram votos dizendo que tirariam as obras da avenida Marechal Deodoro, atualmente com 13% concluídas.

Nesta quinta-feira (7), o Jornal Midiamax ouviu moradores e trabalhadores do entorno das obras do corredor de ônibus na Avenida Marechal Deodoro e eles se mostram divididos com a notícia da retomada. E ainda cobram redutores de velocidade.

(Foto: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax)

Morador do bairro, Anderson Cardoso, 62, acha que o corredor de ônibus vai ajudar e que já que as obras começaram, precisam terminar. “A culpa dos acidentes é desses motoristas que dirigem que nem malucos, passam super rápido aqui, por isso acontece acidente. É só colocar uma lombada de cada lado que aí o povo vai dirigir devagar”, diz.

Também morador do bairro, Roberto Barros, 62, afirma que o que falta é sinalização e redutor de velocidade. “Terminando a obra e colocando essas sinalizações, o trânsito vai fluir melhor”.

Críticas e histórico de acidentes

Mas há quem critique o corredor de ônibus, devido a vários problemas, como a falta de sinalização, de iluminação, de redutores de velocidade e histórico de acidentes. Morador que prefere não se identificar, conta que já testemunhou dezenas de acidentes desde que a estrutura do corredor começou a ser feita.

“Eu já vi motoqueiros sofrerem fratura exposta após baterem aqui, já vi pancada forte de madrugada, de acordar de manhã e só ver o resto dos veículos. A mureta do corredor atrapalha a visão de quem vai cruzar a avenida, e nisso muitos acidentes acontecem”, conta ele.

O morador conta que ele mesmo colocou as sinalizações que hoje estão no trecho por causa da quantidade de acidentes. “O corredor acabou com uma faixa de tráfego desse lado e outra faixa do lado de lá. Deixou o fluxo mais apertado. Isso aqui de manhã e no fim do dia é um inferno, um caos”, destaca.

(Foto: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax)

A trabalhadora Geovana Gabriely Feliz Gonçalves conta que há um ano e meio trabalha numa loja que fica na avenida. “A gente chama de rua da morte porque tem acidente todo dia. Terminar essa obra não vai adiantar nada. A avenida ficou muito estreita, e a mureta tampa a visão, o povo passa muito rápido aqui. Não vai mudar nada, não”.

Os corredores de transporte estão previstos no plano municipal de mobilidade urbana em vigor desde 2015. São 69 quilômetros de pistas exclusivas para os ônibus trafegarem entre os terminais Guaicurus, Morenão (Região Sul da cidade). General Osório e Nova Bahia (Região Norte), passando pelo Centro da cidade. O corredor sudoeste ligará o terminal Aero Rancho ao Centro.

Em março deste ano, um ônibus de Campo Grande colidiu com um Fiat Uno que invadiu o corredor exclusivo do transporte coletivo na Rua Rui Barbosa. Câmeras de monitoramento flagraram o momento do acidente. Nas imagens, os veículos seguiam na Rui Barbosa, quando o Uno diminui para entrar na Rua Luiz Ceciliano e colide.

Dias antes, semelhantemente à colisão do Fiat Uno, outro acidente no mesmo local. Uma motorista que dirigia um Ford Fiesta colidiu em um ônibus após invadir o corredor da rua Rui Barbosa. Conforme imagens de câmeras de seguranças, a condutora chegou a ficar presa dentro do veículo, que, sem tempo para evitar a colisão, ficou destruído.

Em 31 de janeiro, dois motoristas colidiram após confusão e erro ao trafegarem pelo corredor da Rua Brilhante. Também registrada por câmeras de segurança, a batida ocorreu após o motorista de um Volkswagen Voyage aparentemente não ter dado seta. O veículo entrou na faixa dos ônibus e, em seguida, colidiu com um Fiat Mobi.

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