Família clama por transferência hospitalar para paciente com câncer em estado crítico

Secretaria de Saúde informou que caso é tratado como uma prioridade, mas aguarda liberação de uma vaga hospitalar em Campo Grande

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Moradora de Bela Vista tinha exames marcados para iniciar tratamento oncológico, mas quebrou o fêmur e não pode viajar (Foto: Ilustrativa, Agência Brasil)

Vivendo dias de muita luta, a família de uma paciente oncológica de 55 anos, internada no Hospital de Bela Vista, busca, sem sucesso, uma vaga hospitalar para transferência urgente. Diagnosticada com câncer de mama, a doença já teria afetado fígado e seus ossos, o que resultou em uma fratura no fêmur.

A mulher está internada desde o dia 28 de outubro. Mesmo com o quadro crítico e dor constante, a espera por uma vaga para cirurgia no fêmur deixa sua vida em risco, pois precisa desta para depois iniciar seu tratamento oncológico.

Seu esposo relatou que a mulher tem sofrido dores insuportáveis, mal controladas por analgésicos, que proporcionam apenas alívio temporário. “Ela chora, não aguenta mais. Só conseguimos algum alívio por alguns minutos, mas logo a dor volta intensa, principalmente nos braços. Está cansada de tanto sofrimento”, desabafa.

Além das dores, a paciente enfrenta complicações severas, como a falta de evacuação desde a sua internação, aumentando o risco de infecção intestinal. Mesmo após tentativas com vários tipos de laxantes, o quadro permanece crítico.

“Há 15 dias estamos tentando, mas os hospitais recusam as vagas. Alegaram ser necessário especialista como onco-ortopedista, e os hospitais de referência, como o Hospital do Amor e a UFMS, dizem que não há profissionais disponíveis para atendê-la”, disse o marido da paciente.

A única vaga prevista seria para o dia 25 de novembro na Santa Casa de Campo Grande. No entanto, a família teme que a mulher não consiga resistir até essa data. “A médica daqui disse que, sem ordem judicial, ela terá que ficar até o dia 25. Eu já fui na Promotoria de Justiça, mas ainda não houve nenhuma decisão que possa nos ajudar.”

O marido conta que ele havia conseguido agendar exames e consultas para a mulher nos dias 2 e 4 de novembro, em Campo Grande, mas não pode comparecer, devido à lesão no fêmur. Desta forma, ela não conseguiu iniciar o tratamento oncológico.

Procurada para esclarecer a situação, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande estaria responsável por essa vaga.

Por sua vez, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, em nota oficial:

“A paciente permanece no sistema de regulação (SISREG) com status de prioridade, aguardando a liberação de uma vaga hospitalar em Campo Grande. A SESAU reforça seu compromisso em monitorar continuamente o caso para garantir que a transferência ocorra o mais breve possível, conforme a disponibilidade de leitos na rede hospitalar do município.”

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