‘Expulsos’ da natureza por incêndios em MS, filhotes recebem tratamento no Cras
Filhote de anta está à base de tramadol e morfina por causa da dor
Karina Campos –
É inegável que os incêndios florestais em Mato Grosso do Sul alteram o ciclo da vida no bioma. Assim, filhotes resgatados de áreas atingidas são “expulsos” do habitat natural e levados para tratamento no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande.
Um deles é um veado-catingueiro que está sendo monitorado no hospital veterinário, após ser resgatado na Aldeia Alves de Barros, entre Bodoquena e Bonito. Integrantes do Prevfogo-Ibama encontraram o filhote em boas condições de saúde e sem lesões aparentes, mas por ser filhote precisa de cuidados.
“Equipes de médicos veterinários se revezam dia e noite para alimentá-lo com mamadeiras de leite. O mais novo paciente do hospital deve permanecer no local até atingir a fase adulta”, descreve o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
Também vítima das queimadas, um filhote de anta foi resgatado por um proprietário rural, no sábado (3), sendo entregue para a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Aquidauana. O bichinho foi encaminhado ao Raras (Recinto de Amparo e Reabilitação de Animais Silvestres) no município de Bonito, o animal teve as quatro patas queimadas.
“Ela perdeu até os casquinhos dos dedinhos devido à gravidade das queimaduras. Ela está à base de tramadol e morfina por causa da dor. Está com um pouco de dificuldade para se alimentar, é normal da dor. O animal fica arredio para comer”, explica o médico veterinário Marcelo Aparecido.
“Temos um hospital veterinário de referência no atendimento de animais silvestres. É um dos melhores da América Latina. Além disso, temos profissionais muito bem capacitados para atender e reabilitar os animais, com aparelhos tecnológicos muito avançados”, diz o diretor-presidente do Imasul, André Borges.
Entretanto, não há informações sobre o retorno desses animais para a natureza ou a reintrodução após o tratamento.
Serviço
Fundado em 1987, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres recebe anualmente cerca de 2,5 mil animais, predominantemente aves, seguidas por mamíferos e alguns répteis. O comprometimento do Cras com a proteção e recuperação da fauna local demonstra a importância de sua atuação, assegurando que esses animais, uma vez tratados e reabilitados, possam retornar ao seu habitat natural de forma segura.
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