Com previsão de chuva para outubro, crise hídrica na Bacia do Alto Paraguai deve piorar

Nesta sexta-feira (6), foi quebrado o recorde no ponto que passa por Assunção, em 121 anos de medição, com – 77 centímetros no nível do rio

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Rio Paraguai (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

A crise hídrica que afeta a Bacia do Alto Paraguai (BAP), com reflexos diretos no Pantanal, deve se agravar com o prolongamento do regime de chuvas abaixo da média histórica, o que já afeta a navegabilidade dos principais rios da região e tem impacto direto sobre todas as atividades.

A avaliação é dos integrantes dos diferentes organismos que compõem a Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai, durante a quinta reunião realizada por meio virtual na tarde desta sexta-feira (6).

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o que está claro, conforme os dados apresentados, é que a situação sinaliza para aumento do nível crítico.

“Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes como a Agropecuária, o transporte hidroviário, sobretudo de minérios, que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, explicou.

Durante a reunião, representantes do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do Serviço Geológico do Brasil e do Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentaram dados do quantitativo de chuvas, níveis dos rios e previsões para as próximas semanas.

Todos os números indicam mostram cenários preocupantes de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, informou a Semadesc.

Nível do rio reduz rapidamente

Verruck chama a atenção para os baixos níveis do rio Paraguai que vêm caindo rapidamente nos últimos dias.

Em julho a régua de Ladário marcava 74 centímetros; em agosto caiu para 17 centímetros e, nesta sexta-feira (6), já estava em 11 centímetros.

O mesmo caso ocorre com a régua instalada em Porto Murtinho: caiu de 169 centímetros para 128 centímetros em um mês.

O mais impressionante, conforme apontado, ocorre quando o rio passa por Assunção. Nesta sexta-feira (6), foi quebrado o recorde para aquele ponto em 121 anos de medição: – 77 centímetros.

Medidas de curto prazo

Para amenizar a situação, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada em Mato Grosso, tem liberado mais água do que represa. Isso ajuda a manter o nível dos rios, mas é uma medida de curto prazo.

Por outro lado, a seca severa e a diminuição no nível da água permitem que se executem obras de manutenção em alguns pontos do calado do rio, necessárias para garantir a navegabilidade.

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