Com falta de anestesista em hospital, criança aguarda há dois anos por cirurgia no quadril

Menina de três anos tem formação congênita nos pés e quadril

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Menina corre o risco de operar a coluna, devido avanço de escoliose. (Reprodução, Arquivo Pessoal)

Nascida com má formação congênita nos pés e no quadril, Fátima Victória, de três anos, aguarda desde o primeiro ano de vida por uma cirurgia de correção no quadril. Mas, a falta de anestesistas no hospital é o que impede a realização do procedimento.   

De acordo com a tia, Suellen Silva, a menina já passou por duas tentativas de cirurgia e, em ambas as vezes, a família foi informada, no dia do procedimento, de que não havia anestesista disponível no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, onde faz acompanhamento ortopédico.  

“A gente está vendo a minha sobrinha deformar a coluna, devido a essa má formação no quadril. Quando ela nasceu a ortopedista falou que era para ter feito até completar um ano. Já marcaram a cirurgia duas vezes, ela fez até o risco cirúrgico. Ela é a prioridade da fila, mas chega na vez dela, eles falam que não tem anestesista”, explica a tia.

Caso foi parar na Defensoria

Vendo o sofrimento da menina, a família recorreu à Defensoria Pública, que chegou a pedir extensas documentações, mas sem solução.

“Foi para a Defensoria, mas eles pediram uma lista de documentos enorme. Eles querem que a gente faça orçamento, procure um monte de documentos, que a gente não sabe nem onde que vai buscar, e fica por isso mesmo. A Defensoria entra em contato com o Hospital, e eles falam que vão fazer, mas no dia não fazem”, conta a tia da menina.

Em defesa, o Hospital Universitário, alega à Defensoria Pública que enfrenta um déficit de médicos anestesistas, e apesar dos concursos públicos realizados, poucos médicos se interessam em fazer e preferem dedicar seu tempo ao serviço privado. Por isso, o Hospital abriu há dois anos um processo licitatório para contratação de empresa terceirizada.

“Apesar de um novo contrato licitatório para prestação de serviços anestésicos ter sido assinado no mês de outubro [de 2023] com uma empresa sediada em Maceió – AL, até o momento, esta não conseguiu contratar os médicos na quantidade solicitada no termo de referência e, por isso, só estamos realizando cirurgia de urgência e emergência”, afirma o Hospital, em resposta à Defensoria Pública.

O Hospital ainda afirma que abriu processo contra a empresa prestadora de serviços anestésicos, que está em fase de tramitação.  

“Um processo sancionador já foi aberto contra a referida empresa e um processo licitatório emergencial está em fase de tramitação, entretanto, ainda não temos previsão de quando esse déficit de anestesistas será sanado, para voltarmos a agendar cirurgias eletivas”, conclui o Hospital.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o Hospital Universitário sobre o caso, mas até o momento não houve resposta. O canal segue aberto para manifestações.

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