Pais devem conversar com filhos e evitar criar cenário de pânico, diz psicóloga sobre escolas
Recomendação é falar sobre o assunto com crianças de forma clara e demonstrar segurança
Priscilla Peres –
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O ambiente familiar, formado por pais e mães ou avós, são a referência de segurança que as crianças têm. Quando esse local é invadido pelo medo e terror, a criança tende a se sentir extremamente insegura. É com essa explicação psicológica, que pais e responsáveis devem evitar se influenciar totalmente pelo pânico.
Desde o episódio da semana passada em Blumenau, mensagens de ameaça às escolas têm sido amplamente compartilhadas nas redes sociais. A situação tem gerado verdadeiro pânico em pais e responsáveis, que inclusive tem afastado as crianças da escola.
A psicóloga Luisa Freire, especialista em tecnologia, risco e juventude, analisa a situação e orienta que apesar do medo, pais e responsáveis mantenham a calma e conversem com seus filhos.
“É uma situação de terror em que os pais estão assustados, com razão. Mas acredito que no momento é importante que haja uma conversa com os filhos, se fale sobre os cuidados, medos, mas não entre em pânico. Filhos precisam se sentir seguros e essa segurança vem dos pais”, conta a psicóloga.
Outro tema oportuno, segundo ela, é abordar a cidadania digital, as Fake News e a ética que todos devemos ter na internet. “As Fake News são uma realidade, não podemos negar e também a forma como nos comportamos na internet influencia, isso é preciso ser conversado com as crianças”.
Episódios de violência precisam ser olhados com cuidado
Nós brasileiros, nos acostumamos a ver casos de violência em escolas em outros países, principalmente nos Estados Unidos, onde atentados contra crianças se tornaram rotina. Ao momento em que esses casos se aproximam, eles produzem a sensação de medo.
A psicóloga Luisa explica que o que parecia ser algo muito distante começa a ficar próximo. “É como se o terror fosse chegando mais perto de nós. Mas, cada episódio vão ter suas particularidades”, diz.
Na prática, significa que é necessário evitar explicações simplistas para eventos complexos. Por exemplo, dizer que situação de bullyng ou de jogos na internet causaram tais episódios violentos.
“Geralmente são muitos fatores e não podemos reduzir a um único fator. Nenhum jogo cria comportamentos, ele só reforça situações que já existem na base que pode ser inclusive familiar. A base onde as crianças estão inseridas é mais determinante do que qualquer coisa”, afirma.
Poder público investe em câmeras e treinamento nas escolas
Diante da nova realidade nas escolas, as secretarias municipal de Campo Grande e estadual de Educação colocam em prática nesta semana plano para coibir violência nas unidades de ensino.
Plano de segurança da Semed (Secretaria Municipal de Educação) prevê 10 equipes da Guarda Municipal para monitorar Emeis e escolas da Capital.
Entre as ações que a Semed deve fazer, estão:
- disponibilização de dez veículos da guarda municipal distribuídos nas escolas;
- botão antipânico disponibilizado para contato com a Guarda Municipal;
- reforço do efetivo da Guarda, com instalação de câmeras de segurança, trancas e alarmes;
- remanejamento de 89 guardas para ajudar no efetivo.
A rede estadual de educação vai divulgar detalhes do plano de segurança nesta quarta-feira (12). A previsão era que o documento fosse divulgado na próxima semana, porém foi adiantado devido à situação de crescentes casos de ameaças de violência no Estado.
O medo e reforço na segurança também atingem as escolas particulares. Presidente do Sinepe-MS (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso do Sul), Audie Andrade Salgueiro, explica que estão conversando com equipes de segurança para avaliar quais os melhores protocolos a serem seguidos.
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