Novo casamento para a mãe era sonho de filho que perdeu o pai aos dois anos: ‘orava toda noite’

Andressa ficou viúva há cinco anos e filho sonhava em poder ter irmãos; casal se conheceu há dois anos

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Andressa e Bruno participam de casamento comunitário. (Marcos Ermínio, Midiamax)

A concretização do casamento da bancária Andressa Rocha, de 38 anos, era o sonho do filho que perdeu o pai quando tinha apenas dois anos e oito meses. 

O menino, atualmente com nove anos, sempre desejou ter irmãos e sonhava que a mãe, que ficou viúva há cinco anos, não desistisse do amor e se casasse novamente. 

“Ele orava toda noite para que Deus colocasse uma nova pessoa na nossa vida. Ele sabe que o Bruno não substitui o pai dele, mas o ‘tio Bruno’ como ele chama, é o que que tem a figura masculina na vida dele”, conta Andressa. 

A bancária e o servidor público Bruno Neves, de 37 anos, se conheceram há cerca de dois anos em uma balada. Depois desse dia, eles começaram a se encontrar e em dois meses viajaram para o Rio de Janeiro.

“Lá a gente percebeu que era realmente para constituirmos família e iniciar uma vida”, ela recorda. 

Bruno, por outro lado, não sonhava em casar novamente depois do término de um relacionamento de dez anos. Queria ficar solteiro, mas em um ano conheceu Andressa e mudou de ideia quando percebeu que a história e valores dos dois se encontravam. 

Os dois se casaram na manhã deste sábado (05), no casamento comunitário no Santuário Estadual Perpétuo Socorro, em Campo Grande. 

Santuário realiza casamentos comunitários há 15 anos. (Marcos Ermínio, Jornal Midiamax)

O casal passou pelo curso de noivos e Bruno conquistou os sacramentos que faltavam para se casarem, já que ele era somente batizado. Para casar na igreja católica é preciso ser batizado e ter a Eucaristia e a Crisma. 

“Ele tinha um pouquinho de receio, mas sou uma pessoa bastante católica e para mim o sacramento do matrimônio é muito importante. Por isso, nós decidimos buscar aqui na Perpétuo Socorro para fazer a legitimação do nosso casamento e eu viver em paz com Cristo, que é o que busco”, afirma.  

União de décadas

O casamento comunitário da Perpétuo Socorro também contou com noivos que moram há décadas juntos, mas que por algum motivo ainda não tinham o sacramento. 

Esse foi o caso do motorista Francisco Paulo Bezerra, de 56 anos, e da gerente administrativa, Márcia Cáceres, de 52 anos. Os dois se conheceram em Porto Murtinho há 33 anos e hoje têm um filho de 23 anos. 

Francisco tinha se mudado para a cidade para trabalhar e conheceu Márcia durante a prática de esportes, mas o casal só se aproximou durante um show sertanejo em uma quadra esportiva. 

Francisco e Marcia se conheceram em Porto Murtinho. (Marcos Ermínio, Midiamax)

Os dois começaram a namorar e depois foram morar juntos. “Já era para termos casado há um tempo, mas aí os anos foram passando e fomos deixando de lado. Já tínhamos visto o casamento comunitário aqui na igreja e sempre tínhamos essa vontade de casar aqui. Era pra ter sido ano passado, mas devido à problemas familiares não deu certo. Agora estamos aqui, prontos para casarmos”, diz o noivo. 

Os dois moram na Vila Nasser e frequentam o Santuário há doze anos nas missas e novenas. Eles compartilham a alegria de oficializar o casamento diante de Deus e poderem voltar a receber a Eucaristia. 

“Estou fazendo um voto com Deus, porque sou muito católica. Esse tempo todo estávamos bem e agora estamos dando um passo maior desse sacramento religioso que é o que Deus espera da gente”, afirmou a noiva.

Outro casal que está junto há décadas é a trabalhadora do lar Aurilene de Santa Rita, de 45 anos, e do trabalhador indústrial Everton Tomicha, de 45 anos. 

Aurilene e Everton estão juntos há duas décadas. (Marcos Ermínio, Midiamax)

Eles se conheceram quando trabalhavam em uma indústria. O casal está junto há 23 anos e tem três filhos e dois netos.

Eles já tinham o casamento oficializado no civil há duas décadas, mas sempre sentiram a necessidade do sacramento católico. Aurilene conta que acordou às 02h da manhã de hoje de tão ansiosa que estava para a cerimônia. 

“Sempre colocamos um empecilho porque com as filhas era difícil e ele também não tinha catequese. Me senti muito acolhida aqui na igreja e fui amadurecendo. Aí decidimos casar, porque como cristãos sentimos falta de comungar”, relata. 

Casamento comunitário

Buquês de flores, ternos, vestidos elegantes, penteados elaborados e, especialmente, muita emoção nos olhos de quem cruza a igreja e encontra o companheiro no altar. 

O casamento comunitário no Santuário Estadual Nossa Senhora Perpétuo Socorro, na manhã deste sábado (05), reuniu familiares e amigos de noivos que esperam há décadas pelo sacramento e tiveram a oportunidade de prometerem união eterna diante de Deus hoje. 

De acordo com o Diácono Villarino, o casamento comunitário é realizado há 15 anos no santuário. 

Os casais fizeram o curso preparatório para o casamento comunitário em quatro finais de semana. 

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