Mato Grosso do Sul tem quase 11 mil registros de pessoas desaparecidas; maioria são homens

Cerca de 51% dos desaparecimentos são causados por patologias mentais ou abuso de drogas

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Delegacia de Homicídios investiga casos d desaparecimentos. (Foto: Henrique Arakaki)

Desde 2016, quando o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) passou a ser usado em Mato Grosso do Sul, o Estado acumula 10.842 registros de pessoas desaparecidas, a maioria homens. Os dados são do relatório anual apresentado nesta quinta-feira (20) pela Delegacia Especializada de Homicídios, responsável pelo núcleo que apura casos de desaparecimento.

De acordo com o delegado Carlos Delano, titular da Delegacia, os números não retratam necessariamente o total de moradores que permanecem sumidos, isso porque, muitas famílias deixam de comunicar à polícia quando um familiar é encontrado. 

Conforme relatório da Polícia Civil, dos sumiços comunicados à Polícia Civil, 56,42% são de homens e 43,58% mulheres. A maioria, 76% são adultos, 17% idosos, outros 4,95% adolescentes e crianças encerram a lista com percentual de 1,55% das ocorrências. Crianças e adolescentes somam 699 boletins de ocorrência feitos. 

Desde 2022, o relatório anual de desaparecidos, instituído por lei, serve para orientar a tomada de decisões sobre políticas públicas de desaparecimentos e auxilia na criação de estratégias para evitar ocorrências do tipo. 

Em Mato Grosso do Sul a intenção é integrar dados das secretarias de Segurança Pública e Saúde para otimizar os resultados. Além disso, está em andamento estudo para criação de banco de dados público, onde moradores terão acesso a  imagens e informações de pessoas sumidas. Atualmente, os dados são de acesso apenas das forças de segurança pública. 

“Muitos desaparecimentos são causados por patologias mentais, ou  idosos e dependentes que chegam em casas de instituições e não sabem dizer o próprio nome, por exemplo. Cruzar esses dados entre as secretarias e disponibilizar essas informações para a população facilita a localização”, detalha o delegado. 

Conforme balanço, 51% dos desaparecimentos involuntários são causados por patologias mentais ou abuso de álcool e drogas. Aspecto positivo é que 95% das pessoas sumidas aparecem ou são localizadas logo nos primeiros dias. 

No ano passado, 1.833 desapareceram no Estado. Dos sumidos desde 2016, 1.202 foram localizados no ano passado.

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