Pular para o conteúdo
Cotidiano

Ibama esclarece sobre suspensão de caça de javalis após presidente do órgão rebater senador

Tramita na Alems um PL sobre a regulamentação da caça de javalis em MS
Fábio Oruê -
javali
Autorização é necessária para que pessoas físicas ou jurídicas possam capturar, ou abater javalis (Adobe Stock)

Após o presidente do (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho, dizer que o órgão na suspendeu a caça aos javalis, o Ibama esclareceu o assunto.

O alarde começou com a divulgação de que o instituto tinha suspendido a caça aos animais, que são uma pedra no sapato do agronegócio. Por ser uma espécie invasora e com grande poder reprodutivo, adaptativo e predatório, apenas o javali tem a caça permitida no .

Em razão do aumento de sua distribuição pelo território nacional e da crescente ameaça ao ecossistema, o controle do animal foi autorizado pelo Ibama em 2013.

Durante audiência na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Agostinho, foi questionado sobre o assunto pelo senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário nacional de Pesca e Aquicultura, entre 2019 e 2022, no governo Bolsonaro.

Acontece que o Ibama suspendeu novas emissões de autorizações para o controle de javalis, por meio do Simaf (Sistema de Informações de Manejo de Fauna) até que a norma seja adequada ao novo Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023.

O decreto definiu alguns critérios para aprovação da emissão das autorizações para o controle de fauna, motivo pelo qual o Ibama suspendeu preventivamente as novas autorizações de manejo em vida livre nas modalidades de caça ativa, ceva ou espera, até que se proceda as adequações necessárias.

Segundo a diretora da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) do Ibama, Lívia Karina Martins, a suspensão é temporária. “Reconhecemos a importância das ações de controle do javali, espécie exótica invasora, porém a adequação do procedimento autorizativo ao novo decreto é necessária para que haja segurança jurídica na emissão de novas autorizações”, explicou.

As autorizações emitidas pelo Simaf anteriormente à 21 de julho deste ano continuam vigentes até a data de validade expressa no documento.

Agostinho rebateu Seif

Ao questionar o presidente do Ibama, Seif disse que o Ibama tem impedido a caça. Agostinho explicou que a atribuição de autorizar a caça não pertence ao órgão ambiental, mas ao Exército Brasileiro, desde 21 de julho deste ano, por efeitos do Decreto 11.615/2023, que tornou mais restritas as regras para registro, posse e porte de armas de fogo.

“O javali é um problema, uma espécie híbrida, está espalhado por diversos estados brasileiros. As autorizações [de caça] vigentes continuam mantidas. Não cassamos as autorizações anteriores, mas […] o decreto 11.615, de 21 de julho 2023 passou as autorizações para o Exército Brasileiro. Estamos em tratativas para que a gente possa resolver essa questão”, disse Rodrigo Agostinho.

MS busca regularizar caça de javalis

O 178 de 2023, de autoria do deputado João César Mattogrosso (PSDB), está em tramitação na (Assembleia Legislativa de MS) e pretende regulamentar a prática da caça de javalis em âmbito estadual.

O PL estabelece os seguintes objetivos:

  • Controle populacional do javali, considerado ameaça ao meio ambiente, agricultura e saúde pública
  • Controle do risco sanitário por doenças transmissíveis em razão da constante migração da espécie, em especial ao rebanho pecuário.
  • A caça poderá ocorrer em áreas públicas ou privadas, que dependerão de autorização dos órgãos competentes

O texto proíbe a comercialização de qualquer produto oriundo da caça de javalis. O transporte de carcaças dos animais abatidos seguirá as regras contidas na Resolução Semagro 657 de 2017. Demais regras pertinentes para o exercício da caça de javalis poderão ser regulamentadas pelo Poder Executivo.

“O javali por não se tratar de animal próprio a fauna sul-mato-grossense, possui característica migratória, fato que impõe constante risco sanitário, sobretudo ao rebanho pecuário no que diz respeito à febre aftosa”, destacou João César.

O PL está em análise pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Alems e deve ir para votação em plenário se aprovado pelo relator.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados