Com epidemia e hospitais superlotados, prefeitura adia ações emergenciais na saúde

Medidas emergenciais dependem de publicação em diário oficial para acontecer, mas três dias após anúncio da prefeitura ainda não foram publicadas oficialmente

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Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Campo Grande vive dias de caos na saúde. Unidades de atendimento básico estão lotadas e pacientes amargam horas de espera, hospitais estão superlotados e fechando as portas para novos pacientes, enquanto dezenas de crianças aguardam vaga em leitos improvisados de UPAs.

Nos últimos dias, a própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) admitiu aumento de 30% na demanda por atendimento nas unidades de saúde e o secretário Sandro Benites classificou a situação como epidemia de doenças respiratórias em crianças.

Ainda assim, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) disse em agenda pública nesta terça-feira (4) que “estamos passando por um momento difícil, mas é algo que todos os anos acontece”. Ela ainda normalizou a situação ao dizer que “é comum e a contaminação acontece naturalmente”.

Além disso, a prefeitura ainda não publicou em diário oficial o chamamento para contratação de leitos privados pediátricos, que informou há três dias que faria como medida para desafogar a extensa fila de espera por leitos hospitalares.

Na semana passada, o Jornal Midiamax mostrou que a média diária era de 50 crianças esperando vaga em hospital. A maioria apresenta sintomas respiratórios graves e precisa de internação, mas aguarda em leitos improvisados nas UPAs.

Hospitais particulares de Campo Grande também estão lotados e inclusive chegaram a pedir leitos ao SUS. Apenas o Hospital El Kadri informou que tem 30 leitos pediátricos disponíveis para contratação.

Santa Casa superlotada e aguardando aditivo da prefeitura

O maior hospital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa informou na segunda-feira (3) que está superlotada e sem condições de receber novos pacientes. A unidade é referência na regulação de vagas e recebe pacientes de todo o Estado.

A Santa Casa aguarda a publicação de termo aditivo e o pagamento de R$ 12 milhões pela prefeitura de Campo Grande, referente a repasse do Governo do Estado ao hospital. A prefeita Adriane Lopes afirma que o valor foi pago, mas não foi publicado em diário oficial e o hospital não confirma o recebimento.

Nesta terça-feira (4), a Santa Casa informou que na área vermelha do pronto-socorro há 17 pacientes, sendo a capacidade para apenas seis leitos. São 14 pacientes internados aguardando leitos de terapia intensiva e enfermaria.

Na área verde do pronto-socorro, são 38 pacientes, sendo 22 internados e os demais em observação aguardando leitos de enfermaria e centro cirúrgico ainda sem previsão. Nesta unidade, a capacidade é de 7 leitos.

Ainda aguarda a chegada de mais 3 pacientes graves para a área vermelha e mais 10 para área verde, o que impactará ainda mais na assistência prestada.

Na pediatria, a área vermelha tem 5 pacientes graves, sendo todos intubados. A capacidade técnica é de apenas 3 leitos. Na área verde são 10 pacientes, sendo 7 internados e mais 3 em observação.

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