HU retoma cirurgias de lábio leporino após 7 anos e volta a ser o único de MS

Pacientes de Mato Grosso do Sul que tratavam pelo SUS precisavam ser encaminhados para outros estados

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Paciente operado pelo retorno do procedimento (Foto: Divulgação/Humap)

Mesmo com incidência de um caso para cada 700 nascimentos, Mato Grosso do Sul esteve por sete anos com cirurgias de fissuras de lábio e palato, conhecidas também como lábio leporino e fenda palatina, suspensas na rede pública. Segundo o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), que é a única unidade que realiza a cirurgia, os pacientes eram encaminhados para outros estados.

O retorno do procedimento, que estava paralisado desde 2017, volta pela parceria entre a Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais), a cirurgiã plástica Dra. Fernanda Saturnino, a ONG Smile Train, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) e o HU. A fila passou a ser atendida na primeira quinzena de junho com pacientes pediátricos.

“O tratamento de fissura labiopalatina vai além de uma cirurgia. É preciso todo um trabalho multidisciplinar com fonoaudiólogo, pediatra, dentista, entre outros profissionais para que atinja a melhor qualidade e não haja sequelas para o paciente, o que é perfeitamente possível”, explica Fernanda.

Na manhã de terça-feira (20), o terceiro paciente do período, um bebê de 11 meses, realizou o procedimento com resultado bem-sucedido. Dos outros pacientes, uma menina de quatro anos e um garoto de três anos. Os paicentes serão acompanhados pelo hospital no pós-operatório.

O tratamento requer atendimento multidisciplinar de cirurgião plástico, otorrinolaringologia, odontologia, fonoaudiologia, entre outros. O trabalho será feito por termo de cooperação.

“Atualmente nenhum hospital público do estado oferece esse tipo de cirurgia, o que causa grande transtorno para a nossa população que precisa procurar tratamento em outro estado. Além disso, essa parceria enriquece o ambiente de ensino/aprendizagem para nossos alunos e residentes, já que somos um hospital escola. E por fim, ressaltamos também a parceria com a Secretaria Estadual de Saúde que irá colaborar com incentivo financeiro mensal para auxiliar no custeio dessas cirurgias”, afirma a Gerente de Atenção à Saúde, Dra. Cláudia Emília Lang.

Como ser atendido?

Segundo o Humap, para que o paciente passe pela cirurgia de fissura labiopalatina no Humap é necessário estar regulado a partir de uma UBS (Unidade Básica de Saúde). É preciso que o mesmo seja encaminhado pela Central de Regulação que responsável pelo gerenciamento dos leitos hospitalares de urgência, emergência e leitos eletivos, executando os serviços de regulação de acesso à porta de entrada nos hospitais.

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