Não havia agentes de segurança no Procon no dia em que empresário foi assassinado, diz associação

Empresário foi morto a tiros enquanto esperava por audiência de conciliação, dentro de sala do Procon

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Procon/MS (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Após o assassinato do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, na segunda-feira (13), no Procon/MS, em Campo Grande, agentes patrimoniais expõem as falhas de segurança em órgãos públicos do município.

Segundo a Adapp/MS (Associação em Defesa dos Agentes Patrimoniais Público do Estado do Mato Grosso do Sul), não havia agentes de segurança no local no momento do crime. O autor entrou armado no local e fez os disparos contra a vítima.

Os servidores também apontam falta de equipamento e de contingente, que atrapalham na segurança do patrimônio e da população de Campo Grande. O presidente da Adapp/MS, Adalberto Rebelo, aponta que houve omissão por parte do poder público.

Conforme Rebelo, a Lei 3.093 diz que os agentes são responsáveis pelas edificações do poder executivo no Estado, e, portanto, todos os órgãos deveriam ter um agente disponível 24h para oferecer proteção para trabalhadores, população e para o edifício.

“A nossa função necessita investimento, mas se você não investe no servidor, em fardamento, em concurso público, falhas acontecem. Faltou um pessoal treinado e capacitado só para isso, para triagem e identificação, um detector de metais. No Fórum de Campo Grande é assim. Se houvesse uma equipe preparada ali, provavelmente a situação teria sido diferente”, opina Adalberto.

“Qualquer situação que compromete a integridade física de trabalhadores dos órgãos ou do público a ser atendido por eles pode ser evitada se você oferecer a segurança necessária”, finaliza o presidente.

Falhas da segurança

Adalberto desmente a informação que teriam quatro seguranças patrimoniais no local, no momento do homicídio. “Deveria haver, sim, mas nós não temos efetivo, não há infraestrutura e nem investimento. Nós não temos pessoal suficiente para trabalhar durante o dia, apenas durante o turno da noite”, esclarece.

Falhas de segurança no Procon deverão ser apuradas após o assassinato do empresário, segundo a secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Patrícia Cozolino. O empresário foi morto com três tiros na cabeça.

Segundo Patrícia, a secretária executiva de Brasília do Procon deve vir para Campo Grande para apurar possíveis falhas ocorridas. A triagem será reforçada e será estudado se existe a necessidade de instalação de detector de metais na entrada.

Dívida de R$ 630

Antônio Caetano esperava para participar de uma audiência de conciliação, no Procon. A primeira audiência ocorreu na sexta-feira (10), quando a conversa ocorreu de forma ‘normal’.

Teria ficado acordado então para resolver a dívida de R$ 630. O empresário teria assinado o compromisso de devolver o valor referente a um serviço no carro do autor.

O fornecedor já estava dentro da sala, que fica no térreo, quando o cliente chegou e disparou contra ele. O autor fugiu logo em seguida.

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