Volta às aulas contribui para aumento de viroses em crianças, diz médico; confira as orientações

Pais relataram falta pontual de medicamentos para tratar doenças das vias respiratórias em farmácias de Campo Grande

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Com a volta às aulas e o ensino presencial, os pais e responsáveis precisam se preocupar não só com a Covid — que segue com imunização em crianças — mas com as doenças infectocontagiosas também. Com o retorno às salas de aula, os casos de viroses em crianças tende a aumentar e, em Campo Grande, médico orienta sobre os cuidados. 

O presidente do SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, disse ao Jornal Midiamax que o início do ano letivo é uma tendência às doenças infecciosas. “Realmente tem no início do ano. Principalmente no mês de fevereiro, quando as crianças retornam às aulas”, disse.

O médico orienta que os pais devem manter as orientações sobre os cuidados com a biossegurança e higiene na escola, para evitar o contágio de qualquer doença, seja Covid ou a virose.

“Apesar desse começo de desobrigação no uso das máscaras, os pais devem recomendar que os filhos usem, higienizem as mãos, que evitem aglomerações. Que fiquem atentos. No geral, estamos em uma situação que ainda exige cuidados”, comenta o médico. 

Com a volta às aulas, o registro no aumento de casos de virose já começa a refletir nas prateleiras das farmácias em Mato Grosso do Sul. Em busca de remédios para tratar infecções nas vias respiratórias, os pais já se deparam com a falta de medicamentos.

O presidente do Sinprofar-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos), Roberto Martins Rosa, antibióticos chegaram a ficar em falta nos estabelecimentos, mas que gradualmente já começam a normalizar o estoque. “Foi devido ao aumento no consumo”, disse à reportagem.

Imunização contra a Covid em crianças

Mato Grosso do Sul completa dois anos dos primeiros casos de Covid nesta semana e, ao longo desses anos, com a chegada da vacina, o cenário melhora a cada dia. Com a vacinação dos adultos, agora o foco das autoridades de Saúde é imunizar as crianças. Atualmente, mais de 144 mil doses de vacina contra a Covid foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos e, das milhares de vacinas, nenhuma teve reação adversa fora do comum.

Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), as crianças que foram vacinadas com doses da Pfizer pediátrica e da CoronaVac não registraram nenhuma reação grave, além das mais comuns como dor de cabeça, dor no local da injeção e dores musculares.

O estado tem uma população de 301 mil crianças na faixa etária e 144 mil doses aplicadas, sendo 135 mil na primeira dose e 8,7 mil vacinadas com a segunda dose. Até agora, a cobertura vacinal é de 45% para a D1 e 2,9% para a D2.

Em Campo Grande, 42 mil doses já foram aplicadas: 38 mil destinadas à primeira dose e 3,6 mil para a dose reforço. Na Capital, é estimada uma população de 89 mil crianças com idades entre 5 e 11 anos. No total, 42% já tomaram ao menos a primeira dose e 4,15% já estão totalmente imunizadas com a D2.

Covid completa 2 anos em MS 

O mundo estava turbulento. Três dias antes, a OMS (Organização Mundial de Saúde) fez uma declaração e a palavra pandemia se espalhou no noticiário, nas ruas, na internet, em todo lugar. Até que, no dia 14 de março de 2020, a doença chegou a Mato Grosso do Sul e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou os 2 primeiros casos.

De lá para cá, foram momentos “críticos e de calmaria”, segundo especialistas. Dois anos depois, médicos da linha de frente analisam os rumos da covid. 

Nos últimos dois anos, tivemos momentos críticos e de calmaria, em relação à pandemia. Foram muitos óbitos, muitas internações e depois tivemos uma esperança com a vacina. Atualmente, acredito que vivemos um momento de cautela, com a possibilidade de novas variantes. É um momento de estimular a vacinação das pessoas e um momento para a gente refletir também sobre as nossas atitudes, como vamos agir a partir de agora. Que essa pandemia tenha sido um aprendizado bastante importante e esperamos que a ciência sempre prevaleça”, afirmou ao Jornal Midiamax a infectologista Priscila Alexandrino. 

O infectologista e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Maurício Pompilio, avalia que, nestes dois anos, foram horas de estudo, trabalho e dedicação por parte da classe médica.

“Tivemos pouco tempo para dormir, descansar e cuidar da família e das questões pessoais neste período. Muita gente doente, desespero, solidão e morte. Mas, também tivemos motivações, com solidariedade, apoio, fé, esperança, estudo, ciência, até que nós chegamos na possibilidade da vacina e no controle da doença. Agora é assim: a covid já seleciona um número menor de pessoas e, com a imunização, temos a possibilidade de se infectar com formas bem mais brandas da doença. Acredito na ciência, na pesquisa e na solidariedade humana”, argumentou. 

Reportagem completa aqui.

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