Varíola dos macacos é grave e MS ainda tem dificuldade de testagem, diz secretário de saúde

Ritmo de contaminados aumenta e MS já tem 33 casos confirmados da doença

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Secretário de saúde, Flávio Brito, falou sobre importância da testagem contra a varíola dos macacos. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

O Secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, disse que a monkeypox, ou varíola do macacos, é uma doença grave, apesar da baixa letalidade, e que Mato Grosso do Sul, assim como todo o Brasil, ainda tem dificuldade de testagem.

“A monkeypox é grave? Lógico. Vai ser como a Covid? Não. Os casos estão isolados e nós temos, o Brasil todo tem uma dificuldade de laboratório para testar a doença. Muitas vezes quando a pessoa sai da fase da doença – de duas a quatro semanas – é que vem a confirmação”, disse Britto ao Jornal Midiamax.

Boletim divulgado nesta quinta-feira (1º) trouxe mais sete casos de varíola dos macacos confirmados em Mato Grosso do Sul. Conforme o documento, dessa vez em Campo Grande, cinco homens, com idades entre 19 e 60 anos, foram confirmados com a doença.

Segundo a SES, os pacientes infectados são de Campo Grande, Dourados (homem de 26 anos), Ponta Porã (homem de 28 anos) e Aquidauana (adolescente masculino de 16 anos). Além da criança e da mulher, dois homens de 34 e 42 anos foram confirmados com a doença.

Conforme o Secretário, por conta da demora nos resultados – feitos pela Fiocruz no Rio de Janeiro – um caso só é confirmado quando, muitas vezes, o paciente já está curado. Por conta disso, a secretaria recomenda que as pessoas que apresentam sintomas fiquem isoladas.

De acordo com o secretário, os casos confirmados em MS são isolados e não apresentam transmissão entre pessoas próximas.

Varíola dos macacos em MS

Com as novas confirmações, subiu para 26 o total de diagnósticos positivos para a doença no Estado. Outros 67 estão em análise, a maioria deles, 46, na Capital.

Entre os sintomas, 94,7% dos pacientes tiveram feridas na pele, 73,7% alucinações, 68,4% febre súbita e 52,6% dor de cabeça. Dos infectados com a monkeypox em MS, 40% têm entre 20 e 29 anos e 96% são homens. O boletim da SES também detalha que a maioria dos casos, a infecção ocorreu por meio de contato sexual.

Sintomas diferentes em cada paciente

Com o avanço das contaminações, nas redes sociais se reptem histórias de pessoas narrando o desenvolver da doença no organismo. Relatos que vão desde inchaço na garganta, falsa afta a cansaço.

No twitter, paciente que se identifica como João Pedro fez uma espécie de diário. No início, ele relata cansaço e surgimento de afta. “Só que essa afta não melhorava, só aumentava e então comecei a sentir os gânglios do meu pescoço incharem”, conta.

Nos dias que se seguem, ele afirma ter tido febre e novas feridas pelo corpo, enquanto o ferimento da boca só aumentava e inchava. Por causa das complicações, ele precisou ser internado. “Essas feridas não doem, coçam igual uma picada de pernilongo”, pontuou o paciente que ainda segue em isolamento.

Doença matou paciente em 22 dias

Um mês depois do registro da primeira morte causada pela varíola dos macacos no Brasil, em Minas Gerais, detalhes da evolução do quadro de saúde do homem de 41 anos foram publicados em artigo científico na revista da SBMT (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical).

Segundo o médico infectologista Julio Croda, que compartilhou o artigo nas redes sociais nesta terça-feira (30), essa foi a primeira morte de paciente da doença nas Américas durante o surto, iniciado em maio na América do Norte e Europa.

A morte confirmada como em decorrência da varíola dos macacos ocorreu em 29 de julho, pelo Ministério da Saúde.

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