Dia de Combate ao Câncer: conheça a história de campo-grandenses que venceram a doença
Neste 4 de fevereiro, o Jornal Midiamax conta histórias de sofrimento e superação do câncer
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Para pessoas diagnosticadas com câncer a luta pela sobrevivência é árdua e sofrida, ressignificando os valores da vida. Neste 4 de fevereiro — data em que o mundo celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer — o Jornal Midiamax conta a história de campo-grandenses que viveram o pior e superaram a doença.
Com histórico da doença na família, a comerciante Mônica dos Santos, de 36 anos, foi uma das mulheres que travou uma lutar pela vida, quando menos esperava. “Descobri com 33 anos. Eu estava menstruando muito, fui no ginecologista e ele falou que não era nada e eu podia ficar tranquila. Eu comecei a sentir dores e fui buscar realizar exames por conta própria. Um médica encontrou um mioma no meu útero. E tive que fazer cirurgia para retirar o útero”, disse ela
Amostras do útero foram coletas na cirurgia e encaminhadas para biopsia em São Paulo. No resultado, Mônica descobriu que estava com Câncer de colo de útero nível 3 e recomeçou a batalha pela vida. “Fui buscar ajuda no Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão. E comecei meu tratamento com medicamentos em 2017”, disse ela.
‘Todos da minha família morrem de câncer’
Infelizmente, o ciclo da vida trouxe um novo desdobramento para Mônica e sua família. “Quando eu comecei o tratamento, descobrimos que minha mãe também estava com câncer e minha tia tinha acabado de falecer pela mesma doença. Não foi fácil, eu estava nessa barca e minha mãe entrou em seguida. A maior força foi ver ela lutando daquela forma, mesmo estando na faze terminal. Ela falava pra mim que nada ia acontecer e que deus ia me curar. Eu falava isso pra ela também, mas ela estava nos planos de deus, que recolheu ela com 67 anos”, detalhou ela.
Mesmo com duas perdas na família a comerciante não se abalou, e seguiu firme com o tratamento. “Todos da minha família morrem de câncer, mas eu tinha uma filha de 12 anos e uma família, não podia desistir”, exclamou.
Depois de um ano de perdas e sofrimento, Mônica venceu a doença em 2018 — mesmo ano que sua mãe faleceu de câncer — e hoje realiza acompanhamento anual no hospital. Com a superação, a comerciante fez questão de deixar uma mensagem a todos os pacientes e famílias que lutam contra a doença.
“Superar a doença é um sentimento de conquista, mais do que qualquer valor material, algo que o dinheiro não compra. Não desista de você e do tratamento, tenham fé e nunca desista. Se você desanimar, o desanimo faz você desistir. Persevere, você sabe que tem algo adiante e tem pessoas na família que precisam de você. Agradeço a toda a equipe do Hospital do Câncer por tudo, e todo carinho deles com as pessoas”, finalizou.
Luta contra o câncer de mama
Para a psicóloga Bruna Thamires, de 30 anos, a doença apareceu sem ter um histórico na sua família, deixando o ano de 2019 mias cinza. “Apareceu um nódulo indolor no meu seio direito, enquanto eu estava tomando. Procurei a minha ginecologista para fazer todos os exames. A biópsia constatou que era câncer de mama subtipo HER2+”, detalhou.
Na época com 28 anos, Thamires ficou abalada com a situação e as consequências do tratamento. “Fiquei assustada com o novo, nuca tinha sido internado ou feito alguma cirurgia. A quimioterapia começou em outubro de 2019, é um tratamento muito evasivo. Os pacientes normalmente passavam mal, alguns saiam de cadeira de rodas, mas meu corpo respondia bem ao tratamento. Cheguei a fazer uma vez por semana”, relatou.
Mesmo com as sessões desgastantes, ele manteve o foco para lidar com a situação. “Apesar de toda a dificuldade e as muitas fragilidades, eu sempre encarei a quimioterapia e todas as sessões de radioterapia com um obstáculo para superar, me fortalecer e não deixar que o câncer vencesse. A menta e algo que nos impulsiona a melhor responder o tratamento”, explicou.
Em 2020 Thamires trava uma nova batalha contra o câncer, na primeira cirurgia da sua existência. “Em junho daquele ano fiz a mastectomia radical, que é a retirada completa da mama. Foi bem assustador, achava que IA ser só um quadrante, porém foi toda a mama por questões de prevenção. Fiquei um pouco desmotivada, mas pensei pelo menos o câncer vai embora. Sempre via o lado positivo”, comentou.
O laudo pós-cirúrgico indicava a retirada total do câncer e mais uma batalha vencida “Faço tratamento e tomografia a cada seis meses, para ter um acompanhamento. Hoje em dia eu já trabalho, volteia a fazer atividade física. Voltando aos poucos a vida normal, apesar das limitações”, disse ele.
Quando questionada sobre o que a encorajou a não desistir, Thamires foi incisiva. “Foram três motivos: Esperança e fé na ciência, confiava no trabalho do meu oncologista. Sempre me motivava. O hospital sempre foi acolhedor e humanizado, faz uma diferença ver as pessoas sempre alegres e acolhedoras. E muita fé em Deus e o apoio familiar é fundamental”.
Por fim, ela também deixou uma mensagem para as famílias e pacientes que ainda lutam pela vida “Nunca desista, é uma fase. Você vai superar, tudo que veem é aprendizado para nos fortalecer e nos tornar pessoas melhores, mas nunca desista”, finalizou.
Nas redes sociais, Bruna Thamires conta um pouco da sua trajetória através do Instagram: @meu.diarioaberto
Pacientes com câncer em Campo Grande
De acordo com dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), entre 2019 e 2021, 4.696 pessoas residentes em Campo Grande tiveram o diagnóstico de Câncer. No ano de 2019 foram 1.997 diagnósticos, em 2020 registrou-se 2.101 novos casos e no ano passado 971 — é importante ressaltar que não é possível, neste primeiro momento, relacionar a queda no diagnóstico com a pandemia, uma vez que é possível que pacientes que apresentem algum sintoma suspeito prefira evitar ir até uma unidade de saúde, seja ela hospitalar ou da atenção primária, com medo de contágio; contudo se percebe um crescimento nos diagnósticos em 2020 em relação ao ano anterior e, neste período, a agenda das unidades foi significativamente reduzida justamente com o princípio de evitar a transmissão do coronavírus. No ano passado, 2.092 pacientes estavam realizando tratamento para cânceres através de quimioterapia.
Assim como é avaliado pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), em Campo Grande os casos mais comuns de câncer na população local são os de próstata em homens e mama e útero em mulheres.
Para obter um diagnóstico de nível mais amplo a SES (Secretaria de Estado de Saúde) também foi acionada, mas até o fechamento desta reportagem não recebemos nenhuma resposta. O espaço segue aberto para apresentação de dados.
Onde Procurar ajuda na Capital do MS
O Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão, é uma instituição exclusivamente voltada ao tratamento oncológico e realiza atendimentos voltados ao diagnóstico (consultas e exames), tratamento (cirurgias, medicações, quimioterapias, radioterapias, braquiterapias, hormonoterapias), reabilitação (psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição) e à prevenção (palestras e campanhas) relacionados à doença.
A admissão dos pacientes se dá pelo Sisreg (Sistema de Regulação), conforme normas do Ministério da Saúde. Como somos um hospital especializado em oncologia recebemos o paciente com a suspeita ou com a doença já detectada. A pessoa passa primeiro pelo atendimento na Unidade Básica de Saúde de seu município por meio da qual o médico da UBS realiza o atendimento primário e nos encaminha através do Sisreg este paciente com suspeita ou com o câncer já detectado.
No ano passado, o hospital realizou um total de 80.196 procedimentos (entre consultas, cirurgias, quimioterapias, radioterapias, braquiterapias, hormonoterapias, exames, dentre outros).
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