Rua vira lixão e moradores convivem com criminalidade e invasão de insetos no Aero Rancho
Local também sofre com a falta de iluminação pública e asfalto
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Entulho, móveis, lixo orgânico, animais mortos e um fedor insuportável. Parece a descrição de um lixão, mas é a realidade da rua Afonso Arinos, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. No local, a falta de bom senso da raça humana predomina, tornando o local um ponto de descarte, e a vida dos moradores um inferno.
Por garantir a segurança dos entrevistados, o nome dos mesmos não será citado na matéria. Moradora da rua há 11 anos, a idosa é obrigada a conviver com a sujeira e falta de segurança. “Aqui todo mundo está cansado. As vezes estamos na frente da casa, eles vem com carro e esperam os moradores entrar nas casas para jogar o lixo na rua. Os usuários de droga já montaram até uma cabana”, disse indignada.
Para ela, o problema é ainda mais grave no período noturno. “De noite vem aquela mau cheiro pela casa toda. Aqui aparece escorpião, cobra e aranha todo dia. É assim desde que abriu essa rua, a solução é asfaltar e colocar iluminação pública”, desabafou.
Com um filho de três anos e uma constante invasão de animais peçonhentos, a também moradora da rua não sabe mais o que fazer para lidar com a situação. “Eu fui atrás de uma pessoa que jogou e pedi pra ele fazer a gentileza de tirar. Ele disse que não tinha problema, porque a prefeitura iria limpar. Mas claro que tem, eu tenho filho pequeno. É perigoso viver com insetos todo dia. É esse tipo de pessoa que fala que o problema do país são os governantes”, disse revoltada com o ocorrido.
Praticamente sem iluminação e com a via pública tomada por lixo, a rua se tornou o local ideal para descarte de lixo e concentração de usuários de drogas. “A prefeitura limpou e no mesmo dia veio uma camionete S10 descartar lixo. Cuidamos por um tempo, mas começaram a vir de noite porque não dá pra ver. Carro não passa por ali, quem mora tem que dar a volta. Tenho medo de chegar a noite em casa porque a rua fica cheia de usuários e muito escura”, detalhou.
Ameaças e furtos
Com 12 anos de bairro, a moradora viveu uma serie de transtornos sociais e até ameaças de pessoas que realizam o descarte irregular. “O terreno da esquina não era murado, jogavam tudo lá. Depois da construção começaram a descarta na rua, a cerca de 3 anos. Meu marido já foi ameaçado de morte, depois de pedir para não jogarem lixo na rua”, disse ela.
O efeito dominó gerado pelo lixo trouxe um onde furtos e desespero para os moradores. “A rua foi fechado pelo lixo e tem pessoas usando droga. Minha casa já foi furtada 5 vezes. Na 5º meu filho estava dentro da residência e se trancou no quarto. Ele chamou a polícia, mas quando chegaram os bandidos já tinham levado o que queria. Uma vizinha até se mudou, porque não aguentou mais essa situação, acontece com todo mundo”, finalizou.
O que diz a prefeitura
O jornal Midiamax acionou a PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande), para obter uma posição sobre o lixo. Em nota, a gestão informou que a área em questão passa constantemente por limpeza, já que mesmo sendo irregular, o descarte no local tem sido frequente. Além disso, afirmou que a reclamação será encaminhada para as equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).
O mesmo procedimento foi realizado em relação a iluminação pública e asfalto. Em nota, a prefeitura informou que a rua vem sendo usada como área de descarte irregular de lixo, crime ambiental, passível de multas dos responsáveis. A Sisep tem feito manutenção periódica no local e a iluminação está no planejamento de serviço. Quanto a pavimentação, a Prefeitura está empenhada em buscar recursos para novas frentes de asfaltamento.
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