Que abastecer no país está difícil, não é novidade para ninguém. Com o litro da gasolina chegando a R$ 7 nos postos em Mato Grosso do Sul, motoristas de app cogitam abandonar o ramo, pois não enxergam mais vantagem. Nesta quinta-feira (24), uma plataforma anunciou um reajuste de R$ 1,80 a cada 12 km rodados, mas não foi o bastante para animar a categoria.

A plataforma de mobilidade 99 anunciou o reajuste como uma forma de compensar o aumento do combustível. “No Mato Grosso do Sul, em uma corrida de 12 km, que gasta 1 litro na média para carro popular, o reajuste será de R$ 1,80. Um valor maior do que os R$ 1,44 que o motorista paga hoje pelo combustível. A novidade já está valendo desde o dia 23 de março nas 1,6 mil cidades onde a empresa opera”, disse em nota.

Mas o incentivo está longe de ser rentável. Motorista de app há três anos disse ao Jornal Midiamax que está cada vez mais difícil ‘fazer dinheiro'. Para ele, a solução seria reajustar a tarifa aos passageiros.

“Antes não era necessário trabalhar tanto, fazer corridas em todos os períodos do dia, mas agora para ser o bastante é preciso rodar mais e tem mês que não compensa. A gente acaba pagando para trabalhar, um reajuste desse é muito pequeno diante da situação que estamos”, comentou.

Outro motorista também pontua que a informação que tinha sido repassada aos motoristas da 99 era que o reajuste seria de R$ 0,18 a cada quilômetro rodado. Ou seja, o reajuste de R$ 1,80 seria para 10 km rodados.

“Na verdade, isso não resolve nada as nossas vidas, é muito abaixo da realidade. Estão aumentando agora [os reajustes], mas esse valor está desproporcional já há muito tempo”, diz motorista ao Jornal Midiamax, que prefere trabalhar apenas para duas plataformas que considera mais rentáveis.

Outro motorista diz que o valor é irrisório para o que batalham para ganhar. “Um valor ridículo. Não ajuda em quase nada do que precisamos para manter o carro para trabalhar e também pagar as contas em casa”, comenta.

Motoristas enfrentam alta no combustível

O (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) divulgou, no dia 18 de março, uma pesquisa comparativa de preços em postos de combustível da área central de . O levantamento aponta que o litro da gasolina sofreu aumento de 8,04% e do 17,02%, após o reajuste das refinarias.

Foram pesquisados valores no Auto posto Avenida, Auto posto Piloto, Alloy auto posto II, Auto posto 13 de Maio, Auto posto 2017, Auto Posto Afonso Pena, Auto posto Master, Auto posto Pororoca, Auto posto Shiraishi IV, Auto posto Vilaça III, Posto Acácia, Posto Alloy, Posto avenida Afonso Pena, Posto Cidade, Posto Figueira da Trindade, Posto Gueno Prosa , Posto Itanhangá, Posto Mediterrâneo, Posto Pegoraro, Posto Piraputanga, Posto Rui Barbosa, Posto Santa Rita de Cássia, Posto São Francisco Locatelli, Posto Trokkar, Posto VIP, Posto WA e Posto Yonamini e CIA.

A maior variação encontrada foi no preço do litro do diesel S10, com 16,530%, sendo o maior valor de R$ 6,979 no Posto Santa Rita de Cássia e o menor valor de R$ 5,989 no Posto Pegoraro. Já a menor variação foi de 4,588% na gasolina comum, sendo o maior valor de R$ 7,090 no Posto WA e R$ 6,779 no Posto VIP.

Em comparação com a pesquisa de preços divulgada pelo Procon/MS em 3 de fevereiro, 12 itens apresentaram aumento e três itens tiveram redução no valor médio. O maior aumento foi de 17,03% no diesel S10 e o menor aumento foi de 7,55% na gasolina aditivada no crédito. O teve redução de 2,58% à vista, 2,93% no débito e 1,66% no crédito.

A pesquisa nas 27 unidades foi feita entre os dias 14 e 16 de março, com enfoque nos preços, tipos de pagamento (à vista em dinheiro, cartões de débito e de crédito) de produtos como gasolina comum e aditivada, etanol e diesel S500 e S10, totalizando 15 itens pesquisados.

Após a quantidade de variação de preços nos estabelecimentos, o Procon informou que irá continuar a pesquisa nas sete regiões da Capital. “A pesquisa é importante para orientar o consumidor nesse momento de novos preços. Realizamos diversas ações com o intuito de impedir aumentos abusivos por parte dos fornecedores”, disse o superintendente do Procon, Marcelo Salomão.

Clique aqui e confira a pesquisa na íntegra.