Quatro meses após a morte de mochileiro, namorada é liberada e pede ajuda para voltar para casa
Em comunicado, a família de mochileira explica a situação e pede ajuda da população para fazer o retorno
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Jennifer Santos, a mochileira de 19 anos, ex-namorada do mochileiro Tiago Escarcell, que morreu em um grave acidente na BR-060, em novembro de 2021, finalmente será liberada para voltar para sua casa, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Ela passou um período internada na Santa Casa de Campo Grande e, desde dezembro, se recupera do acidente em uma casa cedida próximo ao hospital.
Devido à recuperação, os médicos não tinham autorizado que Jeniffer retornasse à sua cidade natal por conta da gravidade das fraturas. Ela ganhou alta em dezembro, e não pôde sair de Campo Grande desde então. No entanto, agora, quatro meses após o acidente, a jovem finalmente está prestes a ser liberada.
Em comunicado, a família explica a situação e pede ajuda da população para fazer o retorno. “Nossa esperada volta para casa se aproxima, falta apenas a liberação do médico do quadril, dia 3 de março, para finalmente voltarmos para o nosso lar na mesma semana. Sigam enviando muitas energias positivas”, pede a família.
“Para o nosso retorno, precisamos de ajuda para custear a viagem até Pelotas. São mais de 1.500 quilômetros de Campo Grande até lá e estou com problemas de locomoção em decorrência do acidente. Conto com a ajuda de vocês com o que estiver ao alcance de cada um. Toda ajuda é bem-vinda. Gratidão! #BoraViver”, diz Jeniffer.
Para doações de quem se sensibilizar e quiser contribuir com a mochileira, a mãe deixa o pix 53999028366, em nome de Angélica Santos Pereira.
O acidente
O acidente aconteceu na rodovia BR-060, em Paraíso das Águas, que fica a 277 quilômetros de Campo Grande. O casal percorreu o Brasil em um mochilão, em cima de uma moto Honda Titan. Mato Grosso do Sul seria o último Estado a ser visitado pelo casal, antes de retornar para Pelotas (RS). Porém, na tarde do dia 16 de novembro, por volta das 15h, o motociclista Clovis Zolet, de 63 anos, estava numa moto BMW junto com um comboio de motos, quando tentou fazer uma ultrapassagem em local proibido, no km-97 e bateu de frente no veículo em que o casal estava.
Com a batida, o casal foi arremessado às margens da rodovia e Tiago Escorcell, de 32 anos, teve a perna amputada no local com a colisão. Jennifer teve fraturas pelo corpo e os dois foram socorridos em estado grave para uma unidade de saúde e depois levados para a Santa Casa de Campo Grande em vaga zero. Clovis acabou atropelado pelo último eixo da carreta que tentava ultrapassar e morreu no local.
História de amor
O casal se conheceu quando Tiago trabalhava como motorista de aplicativo, em Pelotas. Eles estavam juntos há 11 meses e resolveram viajar em um mochilão há 8 meses. A mãe de Jennifer disse que ficou assustada quando a filha contou que iria viajar em um mochilão.
“Nós nos falávamos todos os dias. No dia do acidente, mandei mensagem cedo, como sempre, e ela não respondeu. Só descobri o que tinha acontecido um dia depois, quando uma senhora que tinha acolhido os dois em casa me ligou e contou”.
Aos prantos, a mãe de Jennifer disse que a filha não se lembra de nada. A família deve esperar pela melhora da jovem para levá-la para Pelotas. “Uma pessoa acabou com a nossa vida e com a própria vida”, disse Angélia, se referindo a Clovis Zolet, de 63 anos, que teria provocado o acidente na BR-060. Mato Grosso do Sul seria o último destino do casal, que voltaria para Pelotas no dia 21 de novembro.
A saudade e as lembranças de Tiago
Durante todo o período internada, o momento mais difícil para a mochileira foi quando recebeu a notícia de que o namorado Tiago havia morrido devido às complicações do acidente. Mãe da jovem, Angélica conta que os médicos aconselharam não contar no primeiro momento. Porém, mesmo uma semana depois, o baque foi pesado para Jennifer. “Ela passou mal, quase infartou”, relata.
Até agora, Jennifer não consegue expressar o que aconteceu no momento do acidente. Ao ser questionada pelo assunto, as lágrimas surgem nos olhos, mas as palavras não saem da boca. A saudade e a dor ainda são muito intensas.
Por enquanto, Jennifer foca em se recuperar e, mesmo deitada, brinca com as bolinhas utilizadas para fazer malabarismos. Ela conta que tudo que aprendeu foi com Tiago, que era um profissional na arte. Ao lembrar dele e contar sobre as brincadeiras que faziam, ela consegue até sorrir, apesar da falta que ele faz. “Era ele que sabia fazer, era experiente. Eu estou só aprendendo”, diz.
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