PIB de Campo Grande deve crescer perto de 2,5% em 2022, aponta boletim econômico

As atividades comerciais e de serviços do MS vem apresentando crescimento superior a 9%, diz pesquisa

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Foto: Divulgação/PMCG

Para o ano de 2022, estimativas preliminares da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio) indicam que o PIB (Produto Interno Bruto) de Campo Grande deve crescer, em termos reais, próximo de 2,5%.

Essa é uma das informações apresentadas no Boletim Econômico de Campo Grande, na edição de junho, que apresenta mensalmente dados sobre a atividade econômica, mercado de trabalho, inflação e movimento do comércio exterior do Município de Campo Grande e alguns dados sobre o estado do Mato Grosso do Sul. 

O Boletim mostra também que essa estimativa de crescimento em 2,5% pode ser afetada negativamente pelas incertezas nacionais e internacionais.

“A Prefeitura disponibiliza informações preciosas sobre a macroeconomia, destacando o desempenho de produção, mercado de trabalho e perspectivas econômicas para o período em Campo Grande”, comenta Adelaido Vila, o secretário da Sidagro.  

Perspectiva e Incertezas

A atividade econômica prevista para o Brasil, para o ano de 2022, está estimada em 1,20% conforme Boletim Focus do Banco Central de junho. Após sucessivas reduções, a estimativa de crescimento do PIB subiu de 0,3% em fevereiro para 0,7% em abril. Cabe mencionar que há muitas incertezas a respeito da atividade econômica em 2022 devido em grande parte a inflação alta e as incertezas causadas pelo período eleitoral, a variante Ômicron da Covid-19 e às tensões entre Rússia e Ucrânia.

Em relação a Mato Grosso do Sul, estimativas de consultorias brasileiras apontam para um crescimento um pouco maior, porém modesto, entre 1% e 2%. 

Nos últimos 12 meses, as atividades comerciais e de serviços do MS vem apresentando crescimento superior a 9%. Cabe ressaltar que a atividade econômica do Município de Campo Grande é bastante impactada pelo Estado do Mato Grosso do Sul, já que o PIB de Campo Grande é responsável por quase 40% do montante estadual de comércio e serviços. Na ausência de dados de mais alta frequência para o Município, os dados estaduais divulgados pelo Banco Central e IBGE podem ser um bom prognóstico para a economia campo-grandense. 

Recuperação econômica

Depois de registrar a criação de 552 vagas no mês de abril, o acumulado de 2022 atingiu a marca de 5.025 empregos formais gerados, sendo mais de 3,9 mil apenas no setor de serviços. No comércio, 451 novos postos de trabalho foram gerados. Indústria e construção criaram juntas mais 704 novos empregos. 

Após o fechamento da edição de junho do Boletim Econômico, o CAGED divulgou a abertura de mais 1865 postos de trabalho na Capital. Mais informações estarão na próxima edição do Boletim. 

Estes números demonstram a recuperação consistente da economia municipal, após o forte impacto negativo gerado pela pandemia da COVID-19 a partir de março de 2020, o que ocasionou a perda de 2.604 postos de trabalho naquele ano. Em 2021, Campo Grande registrou mais de 13 mil novos postos de trabalho, um recorde para a capital. 

Comércio Exterior

Em relação ao comércio exterior, nos últimos 12 meses, Campo Grande exportou e importou mais de US$ 1,137 bilhão de dólares, superando o recorde anterior de 2014.

Os principais produtos exportados por Campo Grande no período foram carnes e miudezas comestíveis (+ 18,3% frente a maio de 2021), resíduos e desperdícios das indústrias alimentares (+ 148%) e preparações alimentícias diversas (+ 159%).

Os principais destinos das exportações de Campo Grande em maio foram Egito (em maio de 2021 não houve registro de exportação para este país.), Chile (- 13,9%) e Emirados Árabes Unidos (+ 726%). 

Entre os principais produtos importados estão adubos (fertilizantes) (+ 105% frente a maio de 2021), combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas (+ 198%). Cabe mencionar que o crescimento robusto nas compras de fertilizantes pode estar relacionado ao conflito Rússia-Ucrânia, dois grandes produtores mundiais deste produto, de forma a aumentar os estoques tendo em vista às crescentes sanções econômicas aplicadas à Rússia.

Os principais fornecedores de Campo Grande no mês de maio foram Bulgária (em decorrência do aumento das compras de fertilizantes), Arábia Saudita (+ 6.394%) e Canadá (+ 124%).

 “Os números apresentados nos primeiros meses de 2022 demonstram que a atividade econômica de Campo Grande vem crescendo de forma consistente, o que se reflete na geração de novos postos de trabalho e de novas empresas” informa José Eduardo Corrêa dos Santos, superintendente de Fomento à Indústria, Comércio, Serviços e Comércio Exterior da Sidagro. Desde o pico da pandemia de Covid-19 em julho de 2020, Campo Grande já criou mais de 23 mil novos postos de trabalho. De igual forma, o número de empresas ativas subiu de 103 mil em março de 2020 para 110 mil em abril deste ano.

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