Rua alagada na vila Zé Pereira durantes chuvas desta terça-feira (18). (Foto: Fala Povo/Midiamax)

Morando no mesmo local há pouco mais de um ano, Docimar Mendes de Souza, de 51 anos, conta os apertos vividos quando as gotas começam a cair do céu. “Quando a água vem, vem com tudo. Uma água suja e fedida, a gente tenta tirar e reza para que ajude em alguma coisa”, comentou o morador.

Docimar ainda lembra do susto ao enfrentar a primeira chuva morando no local, “no outro dia eu já fiz e coloquei essa barreira”, comentou enquanto apresentava a ‘engenhoca’ produzida com um pedaço de madeira e borracha, que tinha como principal objetivo simular uma barreira contra a força da água. O resultado? Não foi dos melhores.

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Ryan busca imagens da enchente. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

“Os carros e caminhões passam e formam algumas ondas que passam pela madeira e entram na casa. Passei anoite limpando, pra tirar a e o cheiro podre”, explicou. O drama não é exclusivo de Docimar, os vizinhos passam pelo mesmo e as situações de repetem a cada casa visitada pela reportagem.

Ryan Souza, de 18 anos, mora com outras quatro pessoas, que passaram a noite limpando os rastros de barro enviados pela enchente na tarde e noite de ontem. “Foi coisa de meia hora já estava entrando em casa, aí como entope tudo não tem muito o que fazer. A gente deixa a chuva acabar e limpa”, disse.

O morador comenta que a situação já se tornou comum e não necessita de fortes tempestades, a mais branda das chuvas já transforma o cenário em pesadelo. “Já é a quarta ou quinta vez que acontece, não sei de onde vem a água, mas é suja e com muito barro”.

Para alguns moradores, as enchentes ocorrem por conta do córrego paralelo à Avenida José Barbosa Rodrigues, para outros a estrutura da casa é o maior causador do problema. Outros acreditam que as duas suposições estão corretas e apostam na ‘engenharia’ para fugir do problema. Para Karilane Silva, de 33 anos, a saída foi colocar rampas e ‘elevar’ a casa.

“Temos essa rampa na entrada e essas partes mais elevadas. A água chegou na minha varanda, mas não chegou a invadir a casa”, comentou Karilane ao mostrar a estrutura adaptada em sua casa para diminuir o impacto das chuvas na região.

Estragos de ontem

A de MS emitiu um alerta de chuvas intensas ainda na noite de terça-feira (18), em algumas regiões da cidade, como no bairro São Conrado onde foram registradas quedas de granizo. As rajadas de ventos alcançaram os 83,3 km/h na região do Aeroporto Internacional de Campo Grande, nesta terça-feira (18), de acordo com o meteorologista Natálio Abraão Filho. O registrado nesta região da Capital nesta terça foi de ventos com velocidade de 63,0 km/h e rajadas de até 83,3 km/h. Mesmo com o mau tempo, o aeroporto não registrou cancelamentos de voos.

Uma árvore caiu durante a chuva  na Rua Damasco, Vila Almeida, região do grande Santo Amaro e deixou parte do bairro sem energia elétrica. Leitor entrou em contato e informou que parte da região ainda se encontra sem energia.