O clínico geral e do trabalho Ronaldo Costa iniciou, nesta quinta-feira (31), um abaixo-assinado para a instalação de laboratórios de toxicologia pelo Estado de Mato Grosso do Sul. O médico do HU-UFMS (Hospital Universitário da Federal de Mato Grosso do Sul) alertou que é necessário um controle maior no uso de agrotóxicos, que também são chamados de “defensivos agrícolas”.

Problemas de contaminação nos alimentos estão cada vez mais comuns e isso não se restringe apenas às culturas agrícolas plantadas. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, os rios têm sido fonte de depósito de agrotóxicos. O exemplo mais emblemático aconteceu no rio Dourados, quando foram detectadas 32 tipos de substâncias tóxicas na água, em março do ano passado.

Para Ronaldo Costa, a situação está incontrolável e com a instalação dos laboratórios toxicológicos ficaria muito mais fácil o estabelecimento de um critério sobre a presença de agentes tóxicos em frutas, verduras, legumes e grãos. De acordo com Ronaldo Costa, a presença de agrotóxicos no corpo humano pode provocar desde disfunções de órgãos até câncer. No caso do glifosato, um dos agrotóxicos mais comuns, já há estudo comprobatório associando-o ao desenvolvimento do autismo.

Quando questionado sobre o custo de cada laboratório toxicológico e quantos deveriam ser instalados no Estado, Ronaldo Costa enfatizou que cada um custaria — em média — R$ 8 milhões e que o ideal seria ter pelo menos cinco, sendo distribuídos para os municípios de , Três Lagoas, Corumbá, e Ponta Porã. “O fato de o Estado fazer fronteira com a Bolívia e o Paraguai aumenta os problemas, pois as regulamentações de uso de agrotóxicos são diferentes, elevando esse risco de contaminação”, explicou Ronaldo Costa.

A gravidade dos imbróglios causados pelo uso excessivo de agrotóxicos se eleva quando se revela que o Estado nada tem feito nesta área, principalmente porque não há locais para armazenagem do produto, nem tão pouco para . Ronaldo Costa lembra, ainda, que havia um projeto pronto e aprovado pelo Ministério da Saúde para ser instalado no município de São Gabriel do Oeste, que na época vivia a gestão de Adão Unírio Rolim e, “do nada”, o município não permitiu a instalação do laboratório.

Com a recusa do então prefeito de São Gabriel do Oeste, a instalação do laboratório foi transferida para em 2016. No entanto, mesmo sem o Estado gastar um centavo, o então secretário estadual de Saúde, Nelson Barbosa Tavares, ignorou o pedido e nunca respondeu a nenhuma solicitação da (Fundação Nacional de Saúde), que era autora dos projetos para instalação dos laboratórios toxicológicos. “Do nada, nosso Estado perdeu a oportunidade de melhorar a qualidade dos alimentos. É lamentável”, analisou Ronaldo Costa. Quem quiser apoiar o abaixo-assinado pode clicar aqui.