Mães de alunos autistas reclamam de dificuldade em assistência educacional inclusiva em Campo Grande

Ano letivo iniciou nesta quinta-feira (3) presencialmente nas redes municipal e estadual

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O ano letivo da Reme (Rede Municipal de Educação) e da REE (Rede Estadual de Ensino) começou nesta quinta-feira (3), em Campo Grande. Entretanto, mães e pais reclamam da dificuldade na inclusão dos filhos com o acompanhamento de um assistente educacional nas escolas para auxiliar estudantes com necessidades especiais, como o autismo.

Uma mãe, que preferiu não se identificar, diz que constantemente tem sofrido com a preocupação de deixar o filho sem a assistência na Escola Estadual Coração de Maria. Ela foi até a unidade e perguntou se neste ano o educador estaria junto ao filho no início da volta às aulas.

“Todo ano temos que brigar pelo direito, nunca tem. Sempre é o último a ser convocado (assistente educacional inclusivo), quando na verdade deveria ser o primeiro. Eu não posso sair do meu serviço para ficar na escola com ele. No ato da matrícula, já tinha levado o laudo, a escola já sabia que ele precisava de um acompanhamento”, questiona.

Sem previsão para o atendimento, ela optou por deixar o filho com o professor, que leciona para todos os alunos. “Ela (coordenadora da unidade) disse que se eu quisesse esperar para ver se ele ia ficar tranquilo na sala de aula, eu podia esperar, como outras mães fizeram, ou poderia levá-lo para casa até a vinda do assistente. Eu deixei, com o coração apertado, pois me disse que se acontecesse algo ela entraria em contato comigo”.

Assim como a primeira mãe, mas desta vez na Escola Municipal Dr. Plínio Barbosa Martins, uma vendedora conta que tem um filho autista, de 5 anos, e teme que o menino sofra bulling e represálias sem o apoio do profissional durante as aulas. O estudante não iniciou as aulas junto aos colegas de classe. 

Neste caso, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que foi disponibilizado um profissional temporário para o aluno em específico até a designação permanente de servidor. A mãe teria recusado o atendimento, preferindo iniciar a aula com o mesmo que lecionaria junto com o menino nos demais dias letivos. Estes profissionais foram convocados na quarta-feira (2), via Diogrande, e irão se apresentar ao trabalho nos próximos dias.

“Todos os alunos com necessidades especiais e que necessitam de apoio, foram recebidos da maneira correta e com todo o atendimento desde o primeiro dia de aula, ou seja, desde ontem. Todas as unidades têm profissionais específicos para realizar este atendimento ao aluno. O atendimento às crianças acontece normalmente, sem qualquer prejuízo.”, comunicou, em nota.

A reportagem entrou em contato com a SED (Secretaria de Estado de Educação) e foi informada que os estudantes que já eram atendidos pela Educação Especial na Rede Estadual de Ensino, seguem contando com os professores de apoio neste início de ano.

“Desde ontem, dia 03 de março de 2022, os alunos novos começaram a contar com as visitas – nas escolas – dos técnicos dos Centros responsáveis pelo diagnóstico e designação dos profissionais que irão oferecer o apoio pedagógico necessário para a realização das atividades”, diz nota.

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