Liberação de autotestes de covid pode melhorar isolamento de infectados em MS, diz especialista
Anvisa decide nesta semana sobre a liberação do autoteste contra a Covid no país
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Objeto de análise pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a proposta de liberação de aplicação de testes rápidos de antígeno para covid — os chamados autotestes — ainda traz dúvidas sobre a contribuição no combate à pandemia do novo coronavírus. A análise foi interrompida na quarta-feira (19), após a agência requerer ao Ministério da Saúde informações complementares, em um prazo de 15 dias.
Enquanto a análise segue suspensa, ala de autoridades em saúde defende que a liberação dos autotestes seria uma forma de garantir maior isolamento dos moradores infectados que aderissem à testagem. Como afirma o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Júlio Croda.
Para pesquisador, a liberação da testagem em casa pelos moradores ajudaria a identificar mais rápido a infecção pelo coronavírus e proporcionaria acelerar o isolamento do infectado. “Acesso à testagem está associado a maior isolamento e cuidados. Ou seja, menos transmissão”, disse à reportagem.
Um dos questionamentos da Anvisa para o Ministério da Saúde é se haverá um controle das pessoas que testarem positivo para o vírus em casa. O infectologista diz que o cenário atual não contrastaria com uma eventual possibilidade de compra de autotestes. “A tendência se mantém [aumento de casos] mesmo com a falta de testes. Só não saberemos a real magnitude [do cenário] pela falta de testes”, comentou.
O posicionamento de Croda é semelhante ao de outras autoridades sanitárias que, durante a pandemia, têm falado sobre holofotes sob a luz da ciência, entre os quais está a microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak. Para ela, a adoção de autotestes “é importante no momento em que temos a ômicron circulando. O sistema está sobrecarregado, o autoteste só iria ajudar”, detalhou em entrevista à Globonews, no início do mês.
O que é o autoteste?
O autoteste é parecido com o teste rápido, mas pode ser feito por leigos, em casa. O kit vem com um dispositivo de teste, tampão de extração, filtro e o swab — uma espécie de cotonete usado para a coleta nasal, a mais comum.
Quanto deverão custar?
Atualmente, os testes antígenos custam entre R$ 75 e 150 nos estabelecimentos particulares de Campo Grande, por exemplo. À Folha de SP, o presidente CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), Carlos Gouvêa, disse que o autoteste deverá custar, em média, entre R$ 45 a R$ 70, caso seja liberado o uso.
Eficácia do autoteste
Feito em casa sem a necessidade de um profissional de saúde, o autoteste já é utilizado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como a Inglaterra. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime Barbosa, explica que essa modalidade de testagem tem sensibilidade considerada alta, acima de 80%, e em casos de resultado positivo, é 100% específico.
Conforme entrevista ao portal Terra, o infectologista explica que assim como o teste de antígeno feito em farmácias, é detectada a estrutura que fica na superfície do vírus. A diferença para o tipo PCR é a maior sensibilidade deste último, que procura o RNA do coronavírus.
O infectologista pondera que, apesar da sensibilidade, podem acontecer casos de falso negativo, ou seja, o exame apontar que a pessoa testada não está com Covid-19. Para tornar o diagnóstico mais preciso, o recomendado é repetir o teste dois ou três dias depois.
“O ideal é que esse teste seja dado somente para pacientes sintomáticos e que seja gratuito, para evitar a questão de elitizar o diagnóstico. Porque se for vendido, somente pessoas com poder aquisitivo vão poder ter acesso. Em se entendendo o caráter de excepcionalidade, o mais importante seria garantir o acesso universal”, destaca.
Autoteste em análise pela Anvisa
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu nesta quarta-feira (19) adiar a decisão sobre a liberação ou não da venda de autotestes de covid no país. A análise, iniciada nesta quarta, foi provocada após o Ministério da Saúde enviar na quinta-feira (13) uma nota técnica defendendo a aprovação da liberação da oferta comercial de testes de covid-19, que possam ser aplicados autonomamente pelas próprias pessoas.
O pedido feito pelo Ministério da Saúde semana passada ocorreu devido ao aumento de casos da doença em meio ao surto de novas variantes da Covid-19. Porém, nesta quarta-feira (19) quatro diretores decidiram pelo adiamento para cobrar mais dados do Ministério da Saúde.
Os autotestes são usados na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda não foram liberados no Brasil. No caso do autoteste, que deverá ser encontrado em farmácias, o próprio paciente é quem coleta a sua amostra, em casa, e tira o resultado conforme as instruções do fabricante.
“O objetivo dos autotestes é ampliar o acesso ao diagnóstico. Existem laboratórios, hospitais, há uma carência em nível mundial”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Com isso, ainda não há previsão de quando os autotestes estarão disponíveis no Brasil.
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