Mato Grosso do Sul enfrenta um ‘surto' de casos de doenças respiratórias que já começam a refletir no número de internações. Em Campo Grande, onde a preocupação dos moradores girou em torno da nos últimos dois anos, as internações por superaram as do novo coronavírus. 

Conforme dados da Sala de Gestão da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), existem 35 pacientes internados por Covid, sendo 25 em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 em leitos clínicos. Enquanto isso, segundo o boletim epidemiológico desta terça-feira (4), 49 pessoas ocupam os leitos dos hospitais devido às complicações da Influenza.

São 47 pessoas internadas em hospitais públicos e 2 pessoas em tratamento em hospitais particulares. São 21 homens e 28 mulheres internados. A maioria dos pacientes internados são pessoas com mais de 61 anos (11 internações), depois aparecem moradores com 11 a 20 anos e 41 a 50 anos, com 9 internações cada faixa etária.

Pior adesão de vacinação em anos

O recente número de pacientes com sintomas gripais em Campo Grande, que vêm gerando um aumento significativo na realização de testes de Covid-19 pode estar ligado à baixa adesão da campanha de vacinação contra a Influenza realizada em 2021.

Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) indicam uma adesão pouco significativa da população em geral em relação à vacinação contra a influenza. Segundo a pasta, em 2021, apenas o público de crianças de seis meses a seis anos atingiu a meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde.

Conforme a secretaria, era possível verificar outros três grupos que também ultrapassaram esta margem, sendo eles idosos, trabalhadores da saúde e da educação, e, no ano de 2021 nenhum destes públicos atingiu a meta de 90%. Ao todo, foram aplicadas 313.514 doses de vacina contra a influenza, sendo 197.293 somente no público prioritário.

A secretaria não relacionou a baixa adesão da campanha com o recente aumento nos pacientes com sintomas gripais. Ainda assim, a vacina contra a influenza é uma das principais responsáveis pela diminuição da procura dos testes de Covid-19, pois evita a contaminação de cepas da Influenza anteriores a H3N2.

A pasta informou que a vacina contra Influenza que protege contra a cepa do vírus H3N2 estará disponível entre março e abril deste ano, após atualização. Neste momento, a vacina em estoque protege contra a variante do vírus que circulava em 2021.

Testagem é aposta para conter surto

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) confirmou, nesta quarta-feira (5), a sexta morte por H3N2 em Mato Grosso do Sul. Diante do surto de gripe, o titular da pasta, Geraldo Resende, ressaltou que deve definir nova estratégia para conter casos, durante reunião marcada para o período da tarde. 

“Vamos ter uma reunião nesta tarde e definir o que vamos fazer. Todas as decisões serão em cima do quadro que está se apresentando. A intenção é aumentar a testagem, verificar quantos testes temos e aumentar a vacinação. Tudo isso será divulgado em breve”, afirmou Resende ao Jornal Midiamax

Neste caso, a vítima é uma mulher de 74 anos, moradora de Corumbá, na fronteira com a Bolívia. Ela estava com sintomas desde o último dia 29 de dezembro e foi internada no dia 1° de janeiro deste ano, no do município. No outro dia, foi confirmado o óbito. Ainda conforme a divulgação da SES, a idosa tinha comorbidades, como hipertensão.