Enquanto a Amazônia arde em chamas, Pantanal tem menor área queimada em 4 anos, aponta mapeamento

Cerrado, bioma predominante em Mato Grosso do Sul, era o mais devastado nos outros anos, mas foi ultrapassado

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
queimada incêndio pantanal cerrado
Queimadas em Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/ CBMMS)

Monitoramento do Fogo pelo MapBiomas mostrou que o Pantanal, que tem maior parte em Mato Grosso do Sul, teve menor área queimado nos últimos quatro anos e redução brusca em relação a janeiro e novembro do ano passado.

O bioma teve 86% de redução de 2021 para 2022 em relação à área queimada nos 11 meses do ano. Ainda conforme o MapBiomas, o Cerrado, predominante em MS, foi predominante nos últimos dois anos e queimado mais que a Amazônia, porém, o cenário mudou em 2022.

Com os números de novembro, o acumulado desde janeiro alcançou 15,9 milhões de hectares queimados, uma área maior que a soma dos territórios da Escócia e da República Tcheca. O Pantanal aparece em 3º no ranking, com 6% (cerca de 900 mil hectares), enquanto o Cerrado está em 2º com 46% (7,3 milhões).

Quase metade do fogo registrado no período (48%, equivalentes a 7,7 milhões de hectares) ocorreu no bioma Amazônia. O Pantanal teve 6.632 hectares queimados em novembro de 2022.

Os 15,9 milhões são 13% maiores do que o registrado no mesmo período em 2021 – uma diferença de 1,8 milhão de hectares a mais. A grande maioria (70%) da área queimada foi em vegetação nativa, principalmente em formações savânicas e campestres. Porém foram as florestas que tiveram maior aumento em relação ao ano passado: 86%, ou cerca de 2,7 milhões de hectares.

Desse total, 85% ocorreram na Amazônia. Entre janeiro e novembro, as florestas da Amazônia queimaram quase o dobro do destruído em florestas na região no ano inteiro de 2021. Um terço (30%, ou 2,3 milhões de hectares) do que foi queimado na Amazônia afetou florestas, sendo incêndios ou desmatamento seguido de fogo.

Apesar do Cerrado ter ‘perdido’ para a Amazônia e a área queimada ter diminuído em novembro (em relação aos outros meses), o número ainda foi 249% maior comparado ao mês 11 de 2021 (ou 83 mil ha a mais).

Mato Grosso do Sul é predominantemente de Cerrado, mas os estados que mais queimaram com o bioma foram Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Terras indígenas e de conservação queimadas

Uma nova funcionalidade do Monitor do Fogo são as áreas queimadas por Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Ela mostra que em novembro as UCs que mais queimaram foram RESEX Chico Mendes, RESEX do Rio Cajari e RESEX Verde para Sempre. No caso das Tis, o ranking é liderado pela Parque Indígena do Xingu, TI Paresi e TI Capoto/Jarina.

Ainda nas Unidades de Conservação que lideram o ranking de área queimada de janeiro a novembro de 2022 são Parque Nacional do Araguaia, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. No caso das Terras Indígenas, as que mais queimaram no período são Parque Indígena do Araguaia, TI Raposa Serra do Sol e Parque Indígena do Xingu.

Dentro os tipos de uso agropecuário queimados em 2022, as pastagens se destacaram, representando 25% da área queimada nos onze primeiros meses de 2022.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados