Caminhar por ruas comerciais de se tornou um desafio para os tímpanos. Músicas, promoções em caixas amplificadoras e carros de som fazem parte das estratégias dos comerciantes para angariar clientes que não se convenceram com vitrines e cartazes.

O ‘jogo de marketing’, porém, parece ter efeito reverso e causa incômodo e irritação para aqueles que desejam apenas realizar uma compra ou pesquisar preços de determinado produto. Na é comum nos depararmos com situações do tipo. Uma pessoa, com microfone na mão descrevendo os descontos ofertados nas lojas, outros apostam em músicas altas e também existem aqueles que apostam nos carros de som ou trio elétrico.

Estefânia Stela, de 62 anos, ao conversar com a reportagem, se surpreende por, coincidentemente, ter comentado sobre o assunto há pouco com a filha, que lhe acompanhava. “Fomos em duas lojas com som muito alto, deu até vontade de sair”, comentou.

Para a cliente, o remete à sensação de tumulto e desorganização. “Acho que falta bom senso, pode ter som, mas não muito alto. Também precisa de fiscalização”, finalizou. O incômodo não é exclusivo dos clientes, mas também transparece entre os vendedores.

Maristela Borelli, de 47 anos, trabalha como caixa há mais de 20 anos em uma loja de roupas e afirma que o incômodo é causado pelos trios elétricos. “As lojas não incomodam, até gostamos de um ‘sonzinho’”, defendeu. “Os trios elétricos são muito altos, às vezes, você está atendendo um cliente e o carro para na frente da loja e atrapalha no atendimento”.

A opinião de Maristela parece ser comum entre os comerciantes e o desconforto gerado pelos trios elétricos e carros é opinião unânime. Um homem, que preferiu não se identificar, afirma trabalhar no mesmo local há 30 anos. “Sou a favor, mas é preciso respeitar a lei. Quando eles param no semáforo vermelho, o próprio cliente pede para que eles diminuam o volume”.

De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), responsável por fiscalizar situações como essas, as propagandas veiculares precisam de autorização municipal. Sobre as caixas de som, as mesmas devem permanecer no interior do comércio.

Vale lembrar que a legislação prevê um limite para que essas propagandas possam ocorrer. O limite estabelecido vai de 35 a 70 decibéis (de acordo com o período e o local onde está inserida a atividade). Se após fiscalização, com uso de sonômetro, for constatado ruído em decibéis acima do permitido, a atividade fica sujeita à penalidade de por lançamento de poluentes.

Denúncias relacionadas à poluição sonora de estabelecimentos, casas noturnas, bares, igrejas entre outros empreendimentos devem ser formalizadas via central, pelo número 156.