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Cotidiano

Em Campo Grande, Jakson Follmann relembra acidente da Chape e processo de recuperação: ‘Trauma muito grande’

Ex-jogador é um dos seis sobreviventes da tragédia com o avião da Chapecoense, em 2016
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Passados cinco anos e quatros meses do acidente com o avião que levava a delegação e jogadores da Chapecoense, em 28 de novembro de 2016, o ex-jogador do time e sobrevivente da tragédia, Jakson Follmann, de 30 anos, chegou em e relembrou a situação que vitimou 71 pessoas – muitas delas, amigos próximos. 

Durante coletiva de imprensa, na tarde desta sexta-feira (18), Follmann contou sobre as sequelas oriundas dos ferimentos do grave acidente: tanto físicas, quanto psicológicas. “Meu maior medo [viajar de avião], mas não dá para fugir disso, é uma necessidade. Eu tenho algumas manias, procuro não viajar a noite, mas às vezes não tem como”, contou. 

“Dei alta [médica] numa segunda-feira e numa terça-feira eu já estava voando. E isso me ajudou bastante. Foi ali passando e tentando superar meu maior medo”, relembrou ele. 

Sobre a questão física, o ex-jogador e agora palestrante, relatou que a ‘perna boa’ ainda dói. “O problema nunca foi a minha amputação, em si muito meu tornozelo esquerdo, que hoje aos olhos das pessoas é para ‘ser o bom’, mas hoje o bom é minha prótese. Hoje eu tenho só 20% dos movimentos do meu tornozelo esquerdo. Me dificultou muito o desconforto do tornozelo, da minha cervical, foi uma lesão que até hoje eu sinto desconforto”, descreveu.

Ex-atleta hoje dá palestrar e passa tudo que aprendeu com a experiência trágica (Foto: Stephanie Dias/ Jornal Midiamax)

 

Hoje, para Follmann, a palavra desconforto tem outro significado e por isso é usada para descrever as aflições físicas. “Eu não falo dores porque acho que a gente sentiu as piores dores que um ser humano possa sentir. Então a gente fala muito de desconforto porque acaba nos acompanhando no dia a dia”, disse.

‘Guardo até hoje’

Na época do acidente aéreo, o ex-goleiro da Chape acordou com uma imagem que ficou gravada na memória. “Acordei e vi meus pais e minha esposa. Logo depois recebi a notícia que eu tinha perdido minha perna e todos os meus amigos”, relembrou. Porém, foi somente após cerca de 20 dias, já no Brasil, que ele viu a perna amputada.

“Por conta das lesões eu fiquei imóvel na cama então não conseguia me mexer, mas eu sentia sensações fantasmas e pensei: ‘poxa, só perdi o pé'”, resgatou. O ex-atleta conseguia sentir coisas como coceiras e dores na perna amputada, mas tudo estava em sua cabeça. 

 Follmann diz não se lembrar dos momentos da tragédia, e tem alguns flashs do , em uma área de mata, na Colômbia. “Luzes se apagam, motores se desligando, fica um silêncio e você sabe que alguma coisa de grave está acontecendo, mas ao mesmo tempo você não quer acreditar. Só me restou rezar e pedir a Deus que nos livrasse do pior”, contou.

Avião caiu em área montanhosa na Colômbia. (Foto: Luis Benavides)

 

“Acordo no meio da mata, era muito escuro não conseguia ver nada, eu agradeço a Deus por não ver nada. Era um desastre gigantesco, tinha vários corpos ao meu redor”, continuou. O sobrevivente retornou ao local do resgate em 2017. 

Recuperação e a música

Já recuperado, em paralelo às palestras, Jakson toca projetos nas músicas, item muito importante na recuperação. “Eu sou um cara apaixonado pela música, e aí veio o programa e o Brasil pôde conhecer esse meu lado”, disse ele, que ganhou o reality show musical ‘Popstar’, em 2019. 

Duas músicas ficaram marcadas para Jakson durante sua recuperação do acidente: Raridade, do cantor Anderson Freire, e Tente Outra Vez, do Raul Seixas. “Me identifico muito com a letra, com a música, com a história”, contou. 

Follmann está em Campo Grande para participar e palestrar no lançamento do Plano Municipal da Juventude, que a acontecerá às 18h30 no Teatro Glauce Rocha (campus UFMS), nesta sexta-feira (18).

Jakson foi um dos seis sobreviventes da tragédia (Foto: Stephanie Dias/ Jornal Midiamax)

 

O Plano, encabeçado pela Sejuv (Secretaria Municipal da Juventude), visa desenvolver políticas para a juventude da Capital, nos campos humanos, sociais, econômicos, esporte, e cultura. Serão vários projetos e programas voltados para os jovens do município. 

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