Os ACEs (Agentes de Combate às Endemias) pretendem abrir a própria associação para negociar as necessidades do grupo. Em busca de benefícios para a categoria, servidores tomaram a frente e apresentaram um abaixo-assinado para o Executivo de Campo Grande.
Segundo o agente Francisco Renan Diaz, o grupo que representa os ACEs é formado por 10 pessoas. “Como não somos sindicalizados, 95% dos agentes não são sindicalizados, então falamos assim: ‘vamos montar um grupo e negociar nós mesmos'. A gente sabe a nossa necessidade”, explicou.
A motivação para o grupo foi o sentimento de não ser representado pelo (Sindicato dos Servidores e Funcionários Municipais de Campo Grande). “Eu sou agente de combate a endemias e nosso grupo, toda vez que entra uma negociação, a gente acaba ficando de fora dos acordos com a prefeitura. Ainda mais quando o Sisem entra nesse circuito”, afirmou Francisco.

Ao Jornal Midiamax, ele disse que “teve uma situação em que o Sisem entrou e deixou a gente de fora de um benefício chamado SUS Extra”. Assim, montaram um grupo, fizeram um documentos com as reivindicações e pediram o aval da categoria.

“Tivemos 412 assinaturas do total de 520”, apontou. Segundo ele, os que não assinaram “são ligados ao Tabosa e outros que estavam de licença médica, afastamento ou outros lugares”.

Apontando 80% de aprovação dos ACEs, afirmou que devem regularizar o grupo. “Estamos pensando sim em abrir uma associação, um sindicato para negociar essas questões da nossa categoria”.

Negociação

Conforme Francisco, foi realizada uma negociação com o secretário de finanças de Campo Grande, Neto, na última quinta-feira (17). “Foi o primeiro contato [com Pedrossian], mas tivemos sim com o prefeito em uma outra oportunidade”.

Lembrou que o encontro com (PSD) foi com um grupo, para apresentar as demandas. “E agora nesta oportunidade nós fomos finalizar a conversa para ver o que a gente tinha de ganho conversando com o Pedrossian”.

No documento, pedem R$ 200 de bolsa alimentação e os R$ 105 de SUS Extra. Francisco explicou que a proposta tem base na proposta apresentada pela Guarda. “Queríamos também aderir isso daí porque ajudaria bastante os agentes”, disse.

Apesar de confirmar a negociação, nega que o movimento seja político. Durante uma ‘treta de WhatsApp' o presidente do Sisem, vereador Tabosa (PDT), disse que as reuniões teriam viés político.

“O Tabosa começou a proliferar nos grupos nos xingando”, afirmou ao Jornal Midiamax. Indignado com a situação, o agente disse que enviou áudios para o vereador. “Mandei um áudio para ele também e troquei ofensas também”.

Para o ACE, “ser difamado, caluniado por um vereador é o que espanta”. No entanto, reforça a possibilidade da criação de uma associação ou sindicato. “A nossa categoria está unida, ela nunca esteve tão mobilizada quanto está agora”.

Troca de áudios

Ao Jornal Midiamax, o vereador Tabosa disse que “sindicato se discute em assembleia, eles querem discutir alguma coisa? Tem que participar da assembleia do sindicato”. Além disso, questionou a representatividade dos agentes que participaram da reunião.

“Quer dizer que você representa 2,4 mil agentes?”, indagou. À reportagem, Francisco foi enfático ao dizer que o acordo que negociam e as reuniões “representam apenas os agentes de combate às endemias”.

Neste sábado (19), o vereador teria encaminhado um abaixo-assinado com proposta de reajuste do salário dos agentes de combate às endemias e agentes comunitários de saúde para R$ 1.750,00, da bolsa alimentação e auxílio-alimentação igual ao da Guarda Municipal, de R$ 494,00. Além disso, pede inclusão dos ACEs no pagamento de SUS Extra, já conquistado para os agentes comunitários.

“Mudou o tom e aderiu a nossa ideia, que ele mesmo desmereceu e rechaçou”, disse Francisco.