Com um prazo de 48h, cerca de 18 famílias de uma ocupação no Petrópolis, em , a 70 km de Campo Grande, são notificadas a deixar o local por ação de reintegração de posse. Ao Jornal Midiamax, as famílias relatam as dificuldades e a incerteza de não ter mais para onde ir, nesta segunda-feira (23).

“A gente não sabe o que fazer”, afirma o representante das famílias da ocupação e construtor, Luiz Carlos da Conceição Larreia, de 45 anos. Segundo Luiz, a comunidade já está sofrendo a segunda ação de reintegração de posse e, desta vez, os moradores estão no terreno desde dezembro do ano passado.

Ainda de acordo com o representante das famílias, a comunidade teve uma reunião com a prefeitura do município há cerca de 90 dias e foi solicitado um projeto de construção de casas para os moradores, com o intuito de ampará-los, no entanto, na manhã desta segunda-feira o construtor recebeu a ação de reintegração de posse por meio de um oficial de justiça. A ação determina que, caso as famílias não se retirem do local em 48h, as tropas do Choque podem intervir e retirar as casas.

Sem saber o que fazer, Luiz aponta que as famílias estão sem direção. “Onde nós vamos arrumar 18 casas de aluguel? Nós não temos para onde ir”, desabafa.

A moradora da comunidade, Milzalenis Santos Wanzenbok, perdeu seu há 2 meses e aponta que não tem condições de pagar aluguel. Com mais 3 filhas e seu esposo, Milzalenis relata que a família sobrevive apenas com a renda do marido e a partir de hoje não sabe mais o que fazer. “Mais uma vez vamos ser despejado igual bicho”, afirma.

Uma outra moradora, que prefere não se identificar, descreve que o aluguel de casas na cidade é muito alto, e que não é possível arcar com as despesas com apenas um salário mínimo. “Nós não temos condições de pagar um aluguel, e sem contar que as coisas não estão nada baratas”. Além disso, a moradora também aponta que só busca melhorias para sua família e agora não tem mais par aonde ir. “Enfrentando chuva, sol, vento, frio, só para poder ter uma melhoria para nossa família”, finaliza.

“Não tem para onde ir. Tem pequena, tem recém-nascido, tem criança de tudo quanto é tamanho e nós não temos um lugar para nós podermos ir”, relata a moradora e dona de casa, Lindaura Gomes Moreira.

Moradia na comunidade do Jardim Petrópolis. (Foto: Fala Povo/WhatsApp Jornal Midiamax)

Sobre a situação, a Prefeitura de Sidrolândia informa que o município oferece auxílios e programas assistenciais, como o Aluguel Social, mas que é preciso se encaixar no perfil socioeconômico. Conforme a prefeita, outro auxílio moradia será liberado por agora. “Quem buscar assistência, vai ser atendido”, declara.