Guicela Matos Bruno perdeu a filha, em 2019, em . O suicídio da adolescente de 14 anos foi impactante e, desde então, sobrevivia em luto. Ela descreve o período como “montanha-russa” de emoções e sentimentos. O episódio despertou a vontade de ajudar outras pessoas que passam pela perda de alguém querido, como o acolhimento psicológico.

O da filial está no início na Capital e busca voluntários para fazer parte do time, como psiquiatras e psicólogos. O auxílio, por enquanto, o atendimento é feito on-line. Após o acolhimento, é feito o preenchimento de uma ficha, onde o enlutado é direcionado a um núcleo, onde ele será cuidado.

“Temos o núcleo parental, perinatal, família, luto não reconhecido, suicídio e luto masculino. Quando o enlutado é direcionado ao seu núcleo, ela é adicionada ao grupo de ajuda no Whatsapp, é acolhida com muito amor, respeito e sem julgamentos. Se quiserem podem ter esse acolhimento individual com um dos voluntários que também são enlutados. Temos atendimento psicológico individual e em grupo, e se a pessoa quiser temos apoio espiritual, sem impor religião, falamos de Deus”, explica.

Além do cuidado com quem enfrenta a dor de perder alguém, o grupo auxilia na prevenção do suicídio. A estrutura é uma forma de ajudar mães e familiares que se sentem desolados depois do fato.

“Perdi minha filha no dia 23 de março de 2019. Nos primeiros 6 meses não consegui viver meu luto, pois eu estava com minha sogra lutando contra o câncer, e eu não me achava no direito de chorar por minha filha. Eu tinha acompanhamento psiquiátrico, porém não tinha acompanhamento psicológico não consegui no SUS (Sistema Único de Saúde). Após esse período comecei a terapia com psicólogo particular, foi quando eu entendi que eu podia sim chorar pela minha filha, expressar da forma que me fizesse sentir melhor”, disse.

O primeiro ano foi de luta, já que estava em uma posição que não imaginava vivenciar. “Era uma realidade que fui obrigada a viver sem eu ter qualquer orientação de como seria. Tudo era novo, sentimentos loucos, uma montanha-russa, na qual nunca eu estava bem. Parei com a terapia no início de 2020, pois veio a pandemia e eu tenho travamento com terapia on-line”, conta.

A fase da perder a fé e vontade de desistir veio em novembro do mesmo ano. Entretanto, pouco depois conheceu a fundadora do Floresci na Dor, Simone Froes, que a acolheu, onde surgiu a vontade de ter a rede de apoio na Capital.

Quem precisar de apoio ou se voluntariar pode entrar em contato com o e-mail florescinadorr@gmail.com ou pelo @florescinador