De líder a 12º colocado, entenda como Mato Grosso do Sul caiu no ranking de vacinação
Flávio Brito e Geraldo Resende, atual e ex-secretários da SES, falam de alternativas para voltar a alavancar a vacinação em MS
Thalya Godoy –
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Mato Grosso do Sul saiu de líder nacional de vacinação contra a Covid-19 nos primeiros meses de liberação dos imunizantes para a 12ª posição atualmente. No início de 2021, o Estado protagonizava na aplicação das primeiras e segundas doses, enquanto hoje possui dificuldade para a vacinação das doses de reforço.
De acordo com o vacinômetro do governo estadual, 88,78% dos sul-mato-grossenses receberam a primeira dose, enquanto 78,64% a segunda imunização. Até 6 de dezembro, foram aplicadas 5,82 milhões de vacinas em Mato Grosso do Sul.
Segundo o ex-secretário estadual de saúde que esteve à frente da pasta do início da pandemia até agosto deste ano, Geraldo Resende, fatores como engajamento de prefeituras e governo aliados a uma comunicação assertiva sobre a ciência ajudaram a alavancar a vacinação no Estado.
“Não podemos negar também o impacto das mortes que existiam à época”, exemplifica Geraldo, que também é médico.
Para ele, a sensação de proteção das pessoas e consequente relaxamento das medidas coletivas de proteção reduziram a busca pela vacinação. “Um fator importante também foi a revogação do decreto de emergência, o que transmite a comunicação de falso encerramento da condição epidêmica”, afirma o ex-secretário de saúde.
Em 23 de maio deste ano, foi publicado o decreto que revogou a situação de Emergência de Saúde Pública em Mato Grosso do Sul. O status iniciou em 2020 devido à pandemia.
Para o atual secretário de saúde de Mato Grosso do Sul, Flávio Britto, a desaceleração da vacinação não é exclusiva do Estado e se repete em todo país.
“Este fenômeno de vacinação não acontece somente quanto a vacinação contra a Covid-19, mas todos os demais imunizantes, um exemplo, é com a vacina da poliomielite também não foi diferente”, exemplifica o titular da SES.
Na reta final da campanha de vacinação contra a poliomielite em Campo Grande deste ano, por exemplo, o índice de vacinação na faixa etária de 1 a 4 anos estava abaixo de 30%, enquanto a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 95%.
“É preciso que a população procure uma unidade de saúde e tome principalmente as doses de reforço”, acrescenta Flávio sobre as vacinas de Covid-19.
Em Mato Grosso do Sul, a primeira dose está liberada para crianças de seis meses a dois anos de idade, enquanto a segunda dose de reforço está permitida para pessoas de 35 anos ou mais. Já em Campo Grande, pessoas com 18 anos ou mais podem receber a quarta dose.
Segundo o titular da SES, o governo estadual pretende lançar uma campanha completa com o objetivo de focar na vacinação contra a Covid-19, enquanto monitora o comportamento no Estado. “Contamos com o apoio dos municípios para nos ajudar neste enfrentamento”, ele esclarece.
Perguntado sobre medidas que poderiam impulsionar novamente a vacinação em Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende reforça a comunicação baseada na ciência de forma didática para que a população compreenda que as atuais vacinas protegem contra hospitalização e óbitos mesmo frente às novas variantes.
“Um posicionamento do Governo Federal, do PNI [Programa Nacional de Imunizações], auxiliaria muito os estados e municípios na direcionalidade da completude da vacina do reforço imediatamente”, ele explica.
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