Em meio à pressão da , maior hospital de Mato Grosso do Sul, por um reajuste mensal de R$ 2,5 milhões no contrato com a prefeitura de , os trabalhadores da enfermagem decidiram paralisar as atividades nesta segunda-feira (8). Eles alegam atraso no pagamento do salário de julho, que venceu na sexta-feira (5).

De acordo com o presidente do (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, os salários deveriam ter sido pagos no quinto dia útil de agosto (dia 05), conforme lei federal, mas ainda não há previsão para que os valores sejam depositados.

“Diante da situação de não termos previsão de receber e do histórico de atraso, fizemos uma assembleia e decidimos parar. Não podemos esperar para receber. Os profissionais precisam dos seus salários, são chefes de família, tem seus compromissos financeiros”, afirma Lázaro. Cumprindo a legislação, apenas 30% da categoria continuará em expediente normal no período da .

Pressão por reajuste

A Santa Casa afirma que ainda não foi notificada sobre a paralisação dos trabalhadores da enfermagem. Em negociações com a prefeitura de Campo Grande por reajuste no contrato, o hospital suspendeu as cirurgias eletivas e de urgência e emergência no dia 2 de agosto.

Em nota, a Santa Casa disse que sem o reajuste no contrato de prestação de serviços médico-hospitalares, a unidade registra crise de desabastecimento, e a decisão visa evitar a suspensão imediata do atendimento à população e preservar a assistência da Urgência e Emergência.

Ainda conforme a nota, o hospital, na sexta-feira, 5 de agosto, participou de uma reunião no Ministério Público sobre a discussão da renovação do contrato com a Prefeitura de Campo Grande, em que foi apresentada pela direção do Hospital uma forma de obter recursos que viabilizará a solução do impasse.

“Ficou pactuado que a Prefeitura terá até o dia 12 de agosto de 2022 para analisar e dar devolutiva, dia em que será debatido a finalização do contrato. Ainda na oportunidade, também foi solicitada pela Santa Casa a assinatura de um termo aditivo, como medida emergencial, de 60 dias para continuidade dos serviços médico-hospitalares”, diz em nota.

O que diz a prefeitura

Em contrapartida, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) ressaltou que também aguardam uma avaliação na proposta apresentada na quinta-feira (4), de R$ 1 milhão a mais em repasse mensal, dilatando o contrato para R$ 26 milhões ao mês.

Embora a unidade tenha suspendido os atendimentos ambulatoriais e eletivos desde quinta, a Sesau informou que a cidade ainda não registra impacto negativo na Central de Regulação, sendo remanejados todos os pacientes para outros hospitais da região. Em acordo, entre ambas as instituições, os valores atuais apresentados não serão divulgados até a finalização das tratativas.