Com prevalência de sobrepeso e tabagismo, MS contabiliza 372 mortes por doenças cardíacas em 2022

Segundo dados da SES, MS registrou 132 mortes por infarto agudo e 240 por AVC em 2022

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Doenças cardíacas
(Foto: Ilustrativa, Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

As doenças cardíacas e cardiovasculares afetam o coração e vasos sanguíneos do corpo humano, incluindo problemas estruturais e coágulos. Conforme dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), cerca de 400 mil pessoas morrem por ano por causa dessas enfermidades, o que representa 30% das mortes no país.

Enquanto Mato Grosso do Sul registrou 372 óbitos por infarto e AVC em 2022, médicos ressaltam a importância de cuidar dos maus hábitos à saúde que prevalecem no Estado, com foco no sobrepeso e tabagismo.

Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), MS registrou 132 mortes por infarto agudo no miocárdio do início de 2022 até outubro. Enquanto isso, os óbitos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) no mesmo período foram 240.

Em entrevista ao Jornal Midiamax, o médico Dr. Gabriel Doreto Rodrigues (CRM: 7773/MS), diretor de comunicação da SBC-MS, explicou que Mato Grosso do Sul computou 197 óbitos ocasionados por doenças cardiovasculares para cada 100 mil habitantes em 2018.

Apesar dos números serem piores do que a média nacional, esses dados não refletem numa pior qualidade de saúde do Estado em comparação a outros. No entanto, alguns pontos necessitam de atenção.

Fatores de risco de doenças cardíacas

Dessa forma, é importante entender que os fatores de risco para doenças cardíacas e cardiovasculares são divididos em modificáveis e não modificáveis. Entre os modificáveis estão: hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, estresse/ ansiedade, diabetes, obesidade, sedentarismo, apneia do sono. Os não modificáveis incluem idade e predisposição genética. Além disso, esses problemas ocorrem, principalmente, após os 55 anos.

Portanto, a conjunção de mais fatores em um mesmo indivíduo potencializa o risco de complicações.

“Pelos dados de 2021, chama atenção a elevada prevalência em Campo Grande de tabagismo, sobrepeso, depressão e quantidade insuficiente de atividade física, em relação a outras capitais do território nacional. Talvez esses fatores merecem especial atenção”, comenta o especialista.

Então, é importante que nenhum fator de risco seja negligenciado, tendo em vista que todos podem ser controlados. Especialmente porque, em nível nacional, o maior número de mortes é por infarto do coração, seguido de AVC e de doenças relacionadas à hipertensão.

Tratamento de doenças cardíacas

A sociedade médica define que o maior desafio atualmente é reduzir óbitos e sequelas causados por doenças cardiovasculares, visto que elas causam o dobro de mortes do que todos os tipos de câncer juntos, por exemplo.

Graças aos esforços médicos, à evolução da ciência e à conscientização por melhores hábitos de vida, esses números têm melhorado ano a ano.

Para o especialista da SBC-MS, Mato Grosso do Sul conta com tudo o que é necessário para evitar e tratar esses acometimentos. Além disso, o Estado é referência nacional em cirurgias cardíacas minimamente invasivas.

“Um grande diferencial de nossas cidades é que os deslocamentos para assistência médica imediata ainda podem ser feitos de forma rápida. O tempo de atendimento médico é um fator primordial para o salvamento de nossos pacientes”, comenta.

Medidas de prevenção

Conforme pontuado por Gabriel Doreto Rodrigues, a melhor forma de prevenir doenças cardiovasculares é cultivar hábitos saudáveis: fazer atividade física aeróbica na maior parte dos dias; alimentação natural com saladas, fibras, proteínas, ingestão de peixes, pouca gordura, sem excesso de carboidratos; práticas de espiritualidade; dormir bem à noite; controle do peso; evitar tabagismo.

“As avaliações médicas periódicas e exames cardiológicos permitem também diagnósticos precoces e controle das doenças, evitando complicações mais graves”, comenta o médico.

Com a adoção desses métodos, a chance de desenvolver alguma doença cardiovascular é bem pequena. No entanto, pessoas diagnosticadas também contam com um leque de tratamentos eficazes e disponíveis no Estado. Dessa forma, a união entre bons hábitos e terapias efetivas promovem bem-estar e qualidade de vida ao paciente.

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