As chuvas registradas no mês de janeiro foram abaixo do esperado pela meteorologia, principalmente na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Sem a recuperação na bacia hídrica, o SGB-CPRM (Serviço Geológico do Brasil) aponta que o bioma pantaneiro poderá ter uma nova seca acompanhada de incêndios.

Conforme o monitoramento, as chamadas áreas úmidas do Pantanal dependem das chuvas para manter ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, para agregar aos solos encharcados. As bacias do Rio ainda são as principais fluentes do Brasil, Paraguai e Bolívia.

As chuvas mais escassas são geralmente esperadas para maio a setembro, porém, nos últimos anos, as regiões enfrentam nível baixo do rio, o que favorece a incidência de incêndios. Mesmo com as chuvas nesta semana, o rio Paraguai vem apresentando a tendência de elevação de seu nível em Cáceres, no Mato Grosso, como também em Ladário e em Porto Murtinho. Porém, esses valores de nível registrados ainda estão próximos a zonas de atenção mínima.

“O período de chuvas na bacia, iniciado em outubro passado, vem apresentando volumes com intensidade e constância maiores quando comparado aos anos anteriores. Isto já é um grande diferencial, entretanto, ainda é inoportuno afirmar que será o suficiente para uma recuperação plena do nível do rio Paraguai, tendo em vista, os baixos níveis registrados ao longo dos últimos três anos”, disse o pesquisador Marcelo Parente Henriques.

Considerando as precipitações previstas para as próximas semanas, o rio Paraguai deverá continuar apresentando tendência de elevação do seu nível na maioria das estações de sua calha. Desde outubro do ano passado, a bacia vem recebendo maior intensidade e constância nos valores de medição.

“Isto já é um grande diferencial, entretanto, ainda é inoportuno afirmar que será o suficiente para uma recuperação plena do nível do rio Paraguai, tendo em vista os baixos níveis registrados ao longo dos últimos três anos. Verifica-se que para os últimos dias, que não houve uma recuperação dos níveis, demonstrando um ano mais seco. A exceção é o rio Taquari, onde os níveis estão bastante altos, inclusive com a ocorrência de inundação na região, conforme o Aviso 21 emitido pela Sala de Situação no ontem (2 de fevereiro)”, diz Marcelo.

De acordo com o gerente de Recursos Hídricos do (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Sampaio, a grande importância das áreas úmidas é que elas abrigam várias espécies peculiares ou endêmicas destas regiões, ou seja, espécies que só vivem nestes lugares específicos. “São regiões essenciais para os anfíbios, répteis e para as aves migratórias, que dependem desses locais para reprodução e migração, além de ajudar na redução das mudanças climáticas, pois estes ambientes retiram quantidades significativas de carbono do ar”, salientou.