Com chegada do 5G adiada, venda de celulares com tecnologia não ‘decola’ em Campo Grande

Lojistas ainda não sentiram procura expressiva por aparelhos com capacidade de pegar o sinal 5G

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Clientes ainda não se interessam por celulares com suporte para 5G em Campo Grande. (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

A ativação do 5G foi adiada para o dia 27 de novembro em Campo Grande e mais 14 capitais do Brasil. A cerca de dois meses do prazo de implantação, o Jornal Midiamax foi às ruas do centro da cidade para mapear a procura dos clientes por aparelhos que comportam essa nova tecnologia e ouvir dos comerciantes se a demanda já tomou conta do mercado regional.  

Em uma loja de celulares e assistência técnica na Rua Dom Aquino, o vendedor José Cicero da Silva, de 36 anos, tem aparelhos com 5G para vender, mas ainda não sentiu uma procura expressiva por esses celulares. “Temos para vender, mas é pouco procurado. Temos mais [para] encomenda. As operadoras ainda não instalaram a rede, em geral ainda não tem torre. As pessoas não estão buscando ter aparelhos com 5G porque ainda não é compatível”, explicou ele.

Trabalhando há três anos no ramo de celulares, o comerciante ainda sente que os requisitos para compra ainda são outros. “As pessoas ainda procuram o 4G normal e os aparelhos que têm mais gigabyte. Xiaomi e iPhone são os mais pedidos. Vedemos a base de troca também, mas depende do aparelho”, concluiu.

Em outra loja de compra, venda e assistência técnica de celulares novos e usados na rua Barão do Rio Branco, a vendedora Ana Beatriz Aguilera observou que as pessoas perguntam sobre a nova tecnologia, mas os clientes ainda não estão somente por conta do 5G. “Não são todos os celulares que aceitam o 5G, eu tenho alguns que pegam aqui na loja, mas saem a partir de R$ 2,5 mil. Quando as pessoas vêm comprar, elas perguntam se o aparelho já pega o 5G, se é bom ou não, mas você não escuta pessoas vindo só por conta do 5G”, disse ela.

Com quatro anos no mercado, ela sentiu uma mudança recente no mercado. “De dois meses para cá as pessoas começaram a perguntar sobre. Eu explico que para aceitar o 5G o cliente também tem que trocar o Chip [dependendo do aparelho]. Nós pegamos aparelhos de entrada, mas depende das condições de uso, estado de conservação, armazenamento e outros detalhes”, concluiu.

Venda de celulares com 5G ainda não alavancou (Foto: Nathália Alcântara / Midiamax)

Perfil do cliente

Em uma loja de celulares na rua 14 de Julho, o vendedor Hugo Artheman, de 24 anos, sentiu a procura por aparelhos com 5G crescer em dois públicos. “Os mais novos estão procurando por conta da qualidade da internet e da novidade. Já os mais velhos achando que o 4G vai parar de funcionar [o que não vai acontecer]”, disse ele.

Com três anos no ramo, o profissional sentiu a mudança de perfil do cliente com um pouco mais de impacto. “Estão procurando bastante, o cliente vem perguntado quais são os aparelhos que aceitam o 5G. De seis meses pra cá, a demanda por esses aparelhos aumentou em 60%. Recebemos celulares com entrada, mas somente de modelos específicos”, concluiu.

Implantação em Campo Grande

O conselho diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou no mês passado mais 60 dias de prazo para a tecnologia móvel de 5ª geração (5G) começar a rodar em 15 capitais brasileiras. A proposta de extensão foi recomendada no dia 12 de agosto pelo grupo da Anatel que acompanha a limpeza de faixas necessária para o 5G funcionar sem interferências nas cidades. A votação aconteceu em circuito deliberativo remoto.

Agora, essas 15 capitais precisam estar liberadas até 28 de outubro para a ativação da tecnologia. As operadoras então terão mais 30 dias, podendo ligar o sinal até 27 de novembro.

Pela regra anterior, que já contava com uma prorrogação de prazos, todas as capitais deveriam receber o sinal até o fim de setembro. Mas, em razão do cronograma de entrega de equipamentos necessários para evitar interferências de sinal, o grupo recomendou a extensão do prazo.

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