A chuva que chegou a Campo Grande, na madrugada desta quinta-feira (31), já causou transtornos no Noroeste. Com ruas sem pavimentação, os moradores e comerciantes enfrentam problemas para sair de casa, trabalhar e até levar as crianças à escola.

Em meio à lama e aos buracos da rua, é preciso calçar botas, colocar sacolas plásticas nos pés ou encarar a terra molhada de chinelo mesmo para sair de casa. Por ironia da vida, na rua da Conquista, os moradores não conseguem comemorar a conquista de uma vida mais tranquila. Quando a chuva chega, é sinônimo de alagamento e transtornos.

Enxurrada desce pela rua da Conquista aumentando os buracos (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Aposentada, Maria José dos Santos Souza, de 60 anos, costuma sentar no sofá na entrada de casa e observar o movimento da rua. Quando chove, ela conta que fica difícil a vida dos moradores da rua, pois a via é uma descida, cheia de desníveis e por onde passa toda a enxurrada. Em dias como hoje, para sair de casa, ela diz colocar sacola plástica nos pés ou usar uma bota.

“Aqui já é difícil quando não chove e com a enxurrada é pior ainda. Nessa rua é o rumo da água e quem anda de bicicleta ou a pé sofre muito. Quem tem nem leva para escola”, diz a aposentada.

Moradora precisa colocar botas para sair de casa e andar na lama. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Proprietário de uma loja de conveniência na rua da Conquista, Junior Fernando, 36 anos, relata que com as condições da rua, os dias de chuva são de prejuízo, já que os clientes não conseguem chegar até o comércio. Segundo ele, inúmeras vezes a patrola (máquina de terraplenagem) passa na rua, mas que, na verdade, da última vez, acabou desnivelando e piorando a situação no local.  

“Nós já ficamos 15 dias tendo prejuízo por causa da obra. A patrola passava e era buraco de fora a fora. Dessa forma, o cliente não chega”, reclama o comerciante. Ele ainda diz ter desistido de enviar ofício e reclamar com a Prefeitura.

Em dias de chuva, comerciante tem prejuízo. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

O servente de pedreiro Jones Romero, 49 anos, mora há 7 anos na rua Acuri — vizinha à rua da Conquista — e diz que é necessário colocar um tapume na porta de casa para a água não invadir a residência. “Muita gente fica ilhada e não sai para trabalhar, pois fica sem condições”, menciona o servente.

Moradores do continuam sofrendo com as chuvas. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Além dos trabalhadores, que têm dificuldades para sair de casa, as crianças também sofrem a situação. Adilson Salazar Benitez, 51 anos, é servente de pedreiro e tem seis filhos, com idades entre 8 e 16 anos. Com as crianças já uniformizadas, ele não sabe se vai conseguir levá-los para a aula passando pela rua esburacada.

“A chuva começa e já molha tudo aqui. Eu tenho que levar as crianças a pé para a escola e essa rua é o caminho. Muitas vezes nem vale a pena levar, pelo risco deles ficarem doentes”, conta o servente de pedreiro.

Crianças também são prejudicadas. (Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax)

Março termina com chuva em MS

A passagem de uma frente fria provocou chuva e queda nas temperaturas no Estado. De acordo com o (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) há probabilidade de chuvas de intensidade moderada a localmente fortes e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, especialmente nas regiões sul, oeste e nordeste de Mato Grosso do Sul. 

O Cemtec informa que são esperadas temperaturas mínimas entre 13/14º no sudoeste do Estado, entre 15/16ºC na região pantaneira, entre 20/21ºC no leste, 18/20º no norte e entre 17/18°C na capital.