Brasileiros e paraguaios celebram encantos de Ponta Porã e reforçam união na fronteira
Cidade na fronteira de MS com o Paraguai comemora 110 anos
Marcos Morandi –
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Ponta Porã, conhecida carinhosamente como ‘Princesinha dos Ervais’, nesta segunda-feira (18) celebra 110 anos. Para alguns de seus moradores, a proximidade com Pedro Juan Caballero, não é motivo para transformar o local em sinônimo de medo, mas sim de esperança na fraternidade entre povos sul-americanos e na força da economia que movimenta as duas cidades.
“Nossa gente é praticamente uma. Para quem nasceu aqui ou escolheu a cidade para construir uma nova vida, é um lugar muito bom. Nossa fronteira é imaginária e apesar dos idiomas diferentes, somos todos iguais e isso reflete no sentimento de amor que cada um tem pela cidade”, revela Hélio Peluffo, que nasceu em Ponta Porã.
Segundo ele, que está no segundo mandato como prefeito da cidade, o amor pelo lugar vem desde criança. “Tive uma infância bem vivida pelas ruas dessa cidade. Boa parte desse período foi compartilhada com muitos amigos que conquistei tanto do lado brasileiro, quanto paraguaio”, relata Peluffo.
O sentimento de carinho pela cidade considerada gêmea com Pedro Juan Caballero é recíproco para quem também está no comado do outro lado da fronteira. Segundo a prefeita interina da capital de Amambay, Mahiba Carolina Yunis de Acevedo, 45 anos, é quase impossível dissociar uma cidade da outra.
“Se temos uma economia que gera muitos empregos, tanto para paraguaios e brasileiros, a fonte é a amizade e os respeito mútuo entre os nossos moradores. É um vínculo muito forte quase inexplicável, que se fortalece cada vez mais, tanto na tristeza quanto na alegria ”, pondera a prefeita interina.
“Povo de fibra”
“Nós temos uma interdependência entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã incrível. Esses laços ficaram ainda mais fortalecidos depois da pandemia e também diante de outras dificuldades que estamos cruzando, como alguns casos de violência. Nós somos um povo de fibra”, que não se entrega e quem muita esperança em dias ainda melhores”, afirma o comerciante brasileiro Pedro Alcides Zanchet Bandiman, que atua no ramo de vendas de tecidos.
Para o vendedor ambulante Roberto Meira Garcia, a existência da linha divisória entre as duas cidades é apenas um detalhe e une ainda mais os moradores. “Me sinto uma pessoa de dupla nacionalidade e isso é uma coisa boa porque me aproxima ainda mais dos turistas que movimentam as duas cidades”, conta Carlos.
“Bons frutos”
Outro que também se rende aos encantos da cidade e se considera um defensor de Ponta Porã e também da fronteira é o secretário municipal de segurança Marcelino Nunes. “Quero render minhas homenagens a esse lugar acolhedor, que aos 11 anos já vivenciou alguns ciclos, como o da erva mate e da madeira e tem uma economia alicerçada no comércio e também na agricultura e na pecuária”, destaca Nunes.
“Que todos nós fronteiriços, brasileiros e paraguaios, ao ouvirmos uma polca, uma guarânia ou um chamamé, possamos ser felizes ao comemoramos juntos esses 110 anos da cidade, que recebe a todos de braços abertos. Posso dizer que esse é um lugar seguro, tanto para quem é visitante, quanto para quem é morador”, garante o secretário.
Residente na cidade há 1 anos e 5 meses, o professor de Língua Portuguesa, Alisson Gregório, de 30 anos também é um dos entusiastas da fronteira. Ele é natural de Camboriú, em Santa Catarina, mas sua mulher é nascida em Ponta Porã.
“Por ser uma cidade pequena, os negócios que são propostos trazem bons frutos. Quem busca tranquilidade como eu, é a cidade indicada”, afirma Gregório, que montou uma brinquedoteca e oferece aulas de reforço.
Ele também tem uma página no Instagram, denominada ‘Gramatiqueiro’, com 136 mil seguidores, onde posta dicas para concurseiros e profissionais de outras áreas. “Pelo Instagram tirou um pouco do meu sustento vendendo meus e-books”, conta o professor.
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