Após enfrentar frio de 15° C, guardas prometem manter acampamento na Prefeitura

Agentes se revezaram em duas barracas e duas redes e receberam alimento de amigos, familiares e moradores da região

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Barracas usadas pelos agentes foram colocadas no canteiro da Avenida Afonso Pena. (Thalya Godoy)

Com sensação térmica que chegou a 15°C na madrugada desta quarta-feira (20), cerca de 20 guardas municipais mantiveram protesto e se revezaram para dormir em duas barracas e duas redes, posicionadas no canteiro da Avenida Afonso Pena, em frente à Prefeitura de Campo Grande. Decididos, os agentes afirmam que não têm data para sair do local.

Alberto Costa Neto, vice-presidente do sindicato da categoria, afirma que os agentes se revezaram para dormir e, durante a noite, receberam familiares, amigos e outros agentes que levaram comida e materiais básicos. “Passamos frio e dormimos mal, mas não temos prazo para sair daqui. Queremos que a Prefeitura cumpra com o que prometeu”, comentou.

Na segunda-feira (18), os guardas já haviam feito passeata reivindicando melhorias de trabalho. A principal é o pagamento dos plantões equiparado ao restante dos servidores, que recebem a hora extra trabalhada mais 50% no meio de semana, com adicional de 100% nos finais de semana. Atualmente o plantão dos agentes é pago com valor fixo.

Manifestantes estenderam faixa em frente ao acampamento que montaram. (Foto: Thalya Godoy)

Hudson Bonfim, presidente do sindicato, afirma que, durante encontro presencial com a prefeita Adriana Lopes, o Município se comprometeu a adequar os pagamentos a partir de agosto, no entanto, em documento oficial entre dias depois, o acordo apresentado foi diferente. “Queremos que a prefeita cumpra com o que disse. Vamos ficar acampados aqui até que isso aconteça”, relata.

Durante a manhã, os manifestantes receberam apoio e comida de empresários da região e de moradores que, em apoio à causa, deixaram lanche e alimentos. O combinado entre os guardas é que 20 servidores se revezem diariamente no protesto.

TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) proibiu greve dos GCM’s (Guardas Civis Metropolitanos), em Campo Grande, em decisão do desembargador Alexandre Raslan.

Greve impedida

O Sindgm-CG (Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande) ingressou com pedido de suspensão da decisão favorável ao município, mas teve a reivindicação barrada.

“[…] a restrição ao direito de greve se abrange às carreiras policiais e todas as atividades de segurança pública, ante a impossibilidade da paralisação de tais serviços, por configurarem atividade essencial à segurança pública, e consequentemente, à manutenção da ordem pública”, diz o relator, na decisão.

Pedido inicial

De acordo com o pedido realizado pela Prefeitura, “o exercício do direito de greve pretendido pela categoria substituída pelo requerido é ilegal, pois tais servidores desempenham atividade de caráter essencial e de necessidade inadiável”.

“A paralisação das atividades dos representados do requerido como por ele desejada representa abrupta ruptura da segurança pública e se revela algo tão grave que o constituinte originário demonstrou grande preocupação com a preservação da ordem pública e da paz social”, complementou o procurador-geral do município.

Com isso, foi decidido aplicação de multa diária no valor R$ 50.000,00, limitada a R$ 600.000,00, ao Sindicato, caso a categoria decida pela paralisação. A decisão foi assinada pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneo.

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