À própria sorte: Após morte do marido, Luzia será despejada nos próximos dias e pede ajuda
Do pouco que ainda recebe, ela conta que irá alugar um quarto e “se virar”
Diego Alves –
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Maria Luzia Paim, de 55 anos, está à própria sorte. Morando sozinha após a morte do marido, em um imóvel na Vila Manoel Taveira, em Campo Grande, ela enfrenta uma vida difícil, com problemas de saúde, uma casa praticamente sem móveis e dormindo no chão.
Mas, até essa situação pode piorar. Isso porque, segundo Luzia, a casa pertenceria ao pai do marido falecido e, por isso, quem teria direito de ficar com o imóvel seriam os irmãos do marido. Maria Luzia afirma sofrer de esquizofrenia, bipolaridade, depressão e fazer uso de medicamentos controlados.
“O advogado me falou que se eu tivesse tido filho com ele, eu teria direito”, disse ela ao Jornal Midiamax, em relação à residência. A casa onde vive não possui condições de higiene, alimentação, utensílios, objetos de uso pessoal e, além disso, ela dorme no chão. Único móvel que ela possui na casa é um fogão.
Pelos problemas de saúde, Maria tem direito a R$ 1.200 de Loas (Lei Orgânica de Assistência Social), porém, desde o ano passado, afirmou que recebe apenas R$ 450, devido a um empréstimo consignado que fez, para custear medicamentos do marido que teria falecido de câncer, em agosto do ano passado. Os descontos dos empréstimos se encerrarão apenas no ano que vem e os R$ 450 que recebe serviriam para custear água e luz do imóvel.
Boletim de ocorrência
Em meio a toda essa situação, sem amparo nenhum de familiar, Maria Luzia afirma viver nessas condições. Após uma denúncia anônima, um boletim de ocorrência por abandono de incapaz foi registrado na Sétima Delegacia – a Polícia Militar chegou a ir ao local na última sexta-feira (25), para constatar a situação dela.
Foi então realizado contato com o Caps (Centro De Atenção Psicossocial) Vila Almeida, onde foi informado que Maria passou por internação recente e que só poderia retornar ao local em situação de surto, após nova avaliação médica. Também foi feito contato das autoridades com o Cetremi, porém sem desfecho para acolhimento e com alguns poucos familiares, também sem sucesso.
Apesar de toda situação, Maria diz que com o pouco que recebe, irá alugar um quarto. “Eu vou passar uma roupas e fazer uns bicos para me virar”, diz. “O que eu preciso mesmo é de uma cama, ou só um colchão e coberta e um registro de fogão, um botijão e cesta básica”, disse.
Como Maria Luzia não possui celular, quem quiser ajudar pode ir até a casa onde ela ainda mora, localizada na Rua Terlita Garcia, nº 1.680, Vila Manoel Taveira. “Pode vir aqui, não tem problema, estou sempre aqui”.
A família responsável pelo imóvel informou que iria se pronunciar a respeito do caso, porém, até o momento, não repassou as informações à reportagem, que continua com espaço aberto para esclarecimentos. Em outro momento, informou que já está fazendo os devidos esclarecimentos nos comentários da matéria, no Facebook do Jornal Midiamax.
(Alterada para acréscimo de informações)
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