O mês de maio está sendo um divisor de águas para o setor do turismo, mesmo com um número pouco expressivo, o setor apontou um crescimento no número de Sul-Mato-Grossenses querendo viajar para fora. As associações de turismo do Estado e de Bonito notaram uma retomada de turistas de outros Estados e países, com uma projeção de crescimento para o segundo semestre de 2021. 

Para o presidente da Abav-MS (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Ney Gonçalves, a procura ainda está pouco expressiva, mas a tendência do mercado é aumentar nos próximos dois meses seguintes, principalmente, até o fim do segundo semestre. “Houve um aumento em termos de cotação e orçamento para o segundo semestre e para 2022”, disse ele.

Como o setor voltado para a natureza e ecoturismo, a procura nacional por destinos em MS deve sentir um aumento, pois, os passeios são em locais abertos, arejados e com número limitado de pessoas. “Um dos fatores é a natureza, o outro é a vacinação estar avançada no nosso Estado. Temos mais biossegurança e com locais seguros, isso estimula a procura por passeios em ambientes abertos”, explicou Gonçalves.

Entre os destinos mais procurados, 90% do fluxo está concentrado em Bonito e no Pantanal. Os outros 10%, ficam distribuídos em outras cidades com potencial para o ecoturismo, mas sem a mesma logística e estrutura. “A nível nacional o marketing é feito muito forte nesses dois destinos. Quem vem visitar parentes em Campo Grande procura locais mais próximos, como São Gabriel do Oeste, Rio Negro e Rochedinho”, explicou Gonçalves.  

Perfil de quem visita o Estado

[Colocar ALT]

Balneário Municipal de Bonito (Foto: Governo do Estado)

Em uma pesquisa realizada pela Impacto Ecoturismo, no ano de 2019, revelou a origem das pessoas que procuram o Estado como destino para viagens: São Paulo com 24%, Mato Grosso do Sul 22%, Paraná 11%, Bahia com 9%, Rio de Janeiro e Minas Gerais com 7%.

Para quem vem de fora do território brasileiro, o ranking é liderado pelo Japão, seguido dos EUA, Inglaterra e Alemanha. “O estrangeiro vem em busca da natureza para observação de pássaros e onças. No Pantanal, 60% dos turistas são de fora do país e 40% são brasileiros. O brasileiro procura mais a cidade de Bonito. O estrangeiro é ligado as questões ambientais, já o  brasileiro não da muito valor a essas questões”, finalizou Gonçalves.

Aumento na procura é reflexo da pandemia

Para a presidente da Abaetur (Associação Bonitense de Agências de Ecoturismo), Adriana Merjan, o turismo da cidade sente o aumento e diminuição da procura de acordo com o comportamento do vírus em cada mês. “Quando pioram os números as pessoas se assustam e param, quando começa a melhorar as pessoas voltar a viajar. Elas estão marcando viagens para meses ou de última hora”, explicou ela.

Em abril, a cidade sentiu uma diminuição na procura por pacotes de viagem, em maio, o setor reagiu conforme o quadro clínico da pandemia apresentou melhoras. “As pessoas ficam com medo de se organizar e fechar tudo. Agora está bem movimentado. Em maio, o movimento foi  50% maior do que em abril, mas nada comparado com antes da pandemia”, explicou Merjan.

Mais segurança para viajar  

Segundo ela, o turista está sentindo mais segurança e começando a viajar novamente. Entretanto, a forma de programar o roteiro mudou, agora, as viagens são planejadas em uma data, para serem executadas 4 ou 5 dias depois da mesma. Ou optam pelo planejamento de logo prazo, para 5 meses depois da data de agendamento.

O perfil de quem frequenta o município das águas cristalinas também sofreu alterações, com pessoas vindo de carro de diversos Estados da nação. “Tem muitos turistas vindo de carro, do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Muitos são de cidades do interior desses Estados, que são mais próximas da fronteira Sul-Mato-Grossense”, detalhou.

Os turistas têm procurado por pousadas menores, sem grande fluxo de pessoas, além de ficar mais dias na cidade. A presidente da associação ainda ressalta que a maioria dos estrangeiros são Franceses e paraguaios, procurando por Ecoturismo. “O público de fora procura mais passeios e ecoturismo. O público de MS é na maioria balneário, mas esse perfil tem mudado nos últimos meses” finalizou.