Piracema e feriadão não empolgam e vendas são tímidas em casas de pesca de Campo Grande

Pescadores se preparam para o final de semana, mas perfil de consumo foi alterado pela crise

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Isca artificial é a preferida para quem pratica pesca esportiva
Isca artificial é a preferida para quem pratica pesca esportiva

Marcados pelo movimento intenso nas casas de pesca, os dias que antecedem a Piracema ainda não surpreenderam os comerciantes de Campo Grande. O fluxo de vendas segue o seu curso normal, com os amantes da pescaria se preparando para o último fim de semana antes do fechamento da pesca, no dia 5 de novembro.

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Preço da tuvira saltou de R$ 40,00 para R$ 100,00 (Foto: Ranziel Oliveira / Jornal Midiamax)

Para o vendedor de uma loja especializada, localizada na Rua João Pedro de Souza, Elias Leão, de 26 anos, a procura por iscas e material de pesca ainda não cresceu, devido às chuvas dos últimos dias. “Somos focados em pesca esportiva e trabalhamos somente com isca artificial. Por conta das chuvas, a água está muito suja e o peixe acaba não enxergando esse tipo de isca”, disse ele.

Com esse fenômeno, o vendedor explica que a tendência pelas iscas vivas aumenta. “Muita gente quer aproveitar a última oportunidade e acaba indo com a isca viva, por serem mais fáceis para detecção dos peixes. No ano passado nós já tínhamos vendido o triplo nessa época, mas o período de chuvas já tinham acabado”, acrescentou.

Em outra loja especializada, localizada na Avenida Salgado Filho, o faturamento também segue estável e o esperado aumento da véspera da Piracema ainda não fez subir o nível dos caixas. “Estamos vendendo, mas ainda não está a explosão que todo mundo espera. Está praticamente igual ao ano passado”, detalhou o sócio-proprietário Renan Benites, de 31 anos.

De acordo com o empresário, a procura por anzóis, linhas, varas de pesca, molinetes e carretilhas é muito grande na véspera da Piracema e o fluxo de vendas ainda deve crescer. “Os peixes estão saindo, acredito que está assim por conta da economia, mas dia 1º deve melhorar. Grande parte compra pra aproveitar o último momento”, finalizou.

Apaixonados pela pesca esportiva

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Sheyla Longhini (Foto: Ranziel Oliveira / Jornal Midiamax)

Entre os apaixonados por pesca, Edson Ferreira, de 61 anos, foi um dos que procuraram a loja para se preparar para o feriadão e os últimos dias de pesca aberta.  “Justamente porque é o último final de semana. Vim revisar o motor de popa, reforçar o meu kit com linhas, chumbos e anzóis para ir pro Pantanal”, explicou.

Ele é um dos milhares de adeptos da pesca com responsabilidade, focando sempre na pesca esportiva. “A questão maior é consciência, é preciso preservar e ter amor à natureza”, finalizou.

Integrante de um grupo de pesca só de mulheres, a representante da indústria farmacêutica, Sheyla Longhini, 37 anos, também estava se preparando para aproveitar os últimos dias com a pesca liberada. “O grupo se chama Pescaria do Batom, são 30 mulheres que gostam de pescar. Vamos pra Corumbá, trouxe a minha vara e carretilha para trocar a linha e preparar o equipamento”, relatou.

Isca viva

Há 15 anos trabalhando com isca viva, o proprietário de uma loja também localizada na Salgado Filho, Eliene Vilela, de 46 anos, acredita que o movimento está normal. Para ele, o aumento das vendas ainda deve ocorrer, mas sem grandes expectativas. “O movimento está normal, mas quinta e sexta serão dias melhores. Acho que vende a mesma coisa que o ano passado”, disse ele.

Com o efeito da crise econômica, o comerciante sente que o perfil de consumo está mudando. “Muita gente vai pescar, mas a dúzia da Tuvira [isca] que era R$ 40 antes da pandemia agora está R$ 100. Estão comprando menos, o cara que levava três dúzias está levando uma dúzia e meia”, finalizou.

Piracema

Em Mato Grosso do Sul, o período de defeso será iniciado a partir da 00h do dia 5 de novembro de 2021, com o término programado para o dia 28 de fevereiro de 2022. “É o período reprodutivo e de recrutamento da maioria dos peixes. O decreto de defeso é a forma de proteger os grandes cardumes que sobem os rios e ficam vulneráveis”, informou o Coronel Queiroz, da PMA (Policia Militar Ambiental).

 

 

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