Azar? Sonho do asfalto vira transtorno e 5 ruas ficam ‘ilhadas’ no Aero Rancho

Pavimentação chegou ao bairro, mas quadrilátero ficou na terra

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Frente de obras pulou o quadrilátero e seguiu nas próximas ruas
Frente de obras pulou o quadrilátero e seguiu nas próximas ruas

A chegada do asfalto é um sonho constante para moradores de diversos bairros de Campo Grande. Em uma parte do Aero Rancho, o progresso tão almejado chegou com frente de obras de pavimentação, mas parou, literalmente, a algumas quadras de distância, isolando um quadrilátero na terra, gerando casas alagadas e o transtornos constantes.

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Sistema de escoament de água leva perigo ´para quem passa na região (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

O aposentado Antonio Joaquim Ferreira, de 61 anos, é morador de umas das ruas que ficaram isoladas. Segundo ele, cinco ruas, que correspondem a cerca de 880 metros, foram deixadas de lado pela frente de obras do Governo do Estado. São: uma quadra na Travessa Imperatriz, duas quadras na rua Bueno, uma quadra na rua Caitite, duas quadras na rua Carimbó e uma quadra na rua Nova Friburgo.

Com o isolamento da área, as vias que não receberam o asfalto estão sofrendo com o desnível do solo e os alagamentos constantes. “Passaram máquina e rolo, mas não adianta. Depois que mexeram a rua está com muita poeira, as pessoas já caíram de moto e quando chove não tem condições de sair”, disse o morador.

Vivendo há 38 anos no bairro, o morador é um dos que se sentem esquecidos pelo poder público e acredita que somente o asfalto, nivelado e com sistema de escoamento, deve resolver a situação. “As casas estão alagando e cascalho não vai resolver, vai ficar mais alto que o nível das casas. Tem que ser nivelado, fazer as bocas de lobo e o escoamento. São anos pagando imposto em dia, isso é uma falta de respeito”, disse ele.

Casas alagadas

Para o recepcionista Nauilo Alves da Costa, de 28 anos, a experiência com as obras é motivo de trauma. Depois da passagem das máquinas, a rua Bueno se tornou uma canalizadora de enxurradas, que tem desaguado na sua casa e causando alagamentos. “Ficou pior do que estava e ainda não vão asfaltar. Minha mulher está traumatizada com a chuva, a enxurrada entrou em casa e alagou tudo. Perdemos cama, cadeiras e outros móveis de poeira. Tínhamos acabado de comprar a cama”, disse ele, inconformado.  

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Durante as chuvas, ruas do quadrilátero alagam e levam transtornos aos moradores (Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Na sua rua o asfalto foi implantado em quadras anterior, a frente de obras pulou duas quadras – onde ele mora – e dará sequência no resto da via. “Isso é um descaso, são só 120 metros de rua. É um pedaço que eles abandonaram”.   

Morando na região desde 2002, o militar Mizael Azarias, de 58 anos, viu a rua Bueno receber cascalho a alguns anos e dar início aos problemas com estrutura. “Tem mais de 12 anos que jogaram cascalho, ficou mais alto um lado do que o outro, a água não desce e entra nas casas”, disse ele.

Com a atual intervenção, o problema foi agravado e a casa voltou a sofrer com o alagamento. “Esse ano foi a terceira vez que a minha casa alagou. Vamos continuar sofrendo até quando?”, finalizou Mizael.

Outro lado

Em resposta ao Jornal Midiamax, a Agesul informou que as ruas citadas estão sim no projeto de pavimentação asfáltica. “As ruas citadas se referem a recursos federais e são de execução do Governo do Estado. Atualmente, estão em análise técnica pela Caixa Econômica Federal, para liberação. Apesar disso, a Agesul já adiantou a melhoria dessas vias a pedido da população, enquanto a obra não sai”, informou a assessoria. 

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