Sonho de muitos brasileiros, confira quanto custa e quais os requisitos para estudar Medicina no Paraguai
Só em Pedro Juan Caballero, na divisa com MS, são cerca de 14 mil estudantes de medicina brasileiros atualmente
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A fronteira entre o Brasil e o Paraguai se transformou, nos últimos anos, na terra em que um mercado muito específico prospera de forma exponencial: as faculdades particulares de medicina em solo paraguaio.
Milhares de estudantes do Brasil inteiro se mudam para o Paraguai com intenção de realizar o sonho de se tornar médicos. O principal motivo dessa escolha é simples: as universidades paraguaias não exigem vestibular e as mensalidades são bem mais baratas, ao passo que no Brasil o curso de medicina é tradicionalmente o mais concorrido e o mais caro, no caso das faculdades privadas.
Os valores das mensalidades do curso de medicina no Paraguai variam de acordo com a universidade. Existem universidades mais baratas, com mensalidades de R$ 900, já outras são mais caras, com valores aproximados de R$ 1.300.
Mas como funciona esse ingresso? Qual trâmite burocrático para iniciar o curso? Existe apoio das faculdades? Existe apoio do consulado brasileiro? Bom, todas essas perguntas têm resposta e você confere agora.
Segundo cálculo do Consulado-Geral Brasileiro em Assunção, o Paraguai deve receber cerca de 2 mil novos alunos em 2021. Apesar dos principais destinos dos brasileiros serem Ciudad Del Este, na divisa com Foz do Iguaçu, Presidente Franco, também próximo de Foz do Iguaçu e Assunção capital do Paraguai, também há muitos estudantes de Mato Grosso do Sul, na divisa entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Segundo as autoridades locais, são cerca de 14 mil brasileiros estudantes de medicina na cidade paraguaia.
Trâmite burocrático
Vitor Hugo de Souza, hoje cônsul-geral adjunto em Assunção, trabalhou por quatro anos e meio em Pedro Juan e deixou o Consulado há poucos meses. Ele explica que a primeira regra básica é entrar legalmente no país.
“Se for utilizado o passaporte, deverá ter o carimbo de saída da PF. O estudante terá 90 dias para preparar o pedido de carteira temporária, válida por 2 anos. Muitos na fronteira deixam de fazê-lo, criando enormes problemas, sobretudo com a Polícia Nacional. Logo, é melhor andar na linha”.
Após a primeira entrada, o estudante poderá se inscrever em qualquer faculdade. As faculdades exigem apenas os documentos do segundo grau, apostilados, e outros da vida civil. O pedido de carteira temporária e permanente é um pouco mais complicado. O interessado deve procurar o Serviço de Imigração e solicitar as informações pertinentes.
Em geral, são necessários: certidão de nascimento, apostilada, antecedentes da Polícia Federal, declaração de nacionalidade e estado civil. O exame médico também deve ser feito, em clínica paraguaia, bem com o pedido de antecedentes criminais, pela polícia paraguaia.
Os exames médicos devem ser reconhecidos pelo Ministério da Saúde do Paraguai. Após isso, é necessário apresentar os documentos à Imigração e pagar a taxa. “A cada ano sempre mudam alguma coisa. Por isso, aconselho que os estudantes fiquem atentos às recomendações da Imigração. Após dois anos, o estudante solicitará sua carteira permanente. Deverá apresentar praticamente os mesmos documentos”, diz o consul.
Após a carteira permanente, poderá pedir a carteira de identidade paraguaia, condição “sine qua non” para o exercício da profissão no Paraguai. “Sempre pedi aos estudantes que evitassem os despachantes. Muitos cobram caro e não fazem o serviço. Não é complicado. Muito mais fácil que o sistema adotado no Brasil”, finaliza.
Auxílio das faculdades
Umas das maiores faculdades de medicina de Pedro Juan Caballero é a UCP (Universidad Central del Paraguay), que tem seu curso quase todo voltado para brasileiros.
Segundo a UCP, existe dentro da instituição desde um centro de apoio para resolver as burocracias da mudança até apoio psicológico. “No começo, por conta da distância, do conflito de cultura já aconteceram até casos de suicídio, por isso prestamos apoio, inclusive nesse campo”, diz Firmino Benítez Barroso, relações públicas da UCP.
Outra possibilidade muito utilizada pelos estudantes é trabalhar dentro da faculdade. “Muitos estudantes viram funcionários e além de ajudar outros estudantes ainda se integram melhor à comunidade”, conclui Firmino.
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