Sem vagas suficientes, Campo Grande tem mais de 4,6 mil mães esperando para colocar filhos em Emeis
Uma nova unidade está prevista para inaugurar no início de 2022
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Nem as 95 Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) em Campo Grande são capazes de suprir o volume de alunos que buscam uma vaga na Capital. Como alternativa, alguns pais e mães buscam casas que funcionam como creches e cuidadoras para deixar os filhos em segurança.
De acordo com dados da última lista de espera divulgada pela Semed (Secretaria Municipal de Educação), em junho, 4.656 nomes esperavam por vagas em Campo Grande. No ato do cadastro, é possível escolher até três opções de escolas para aguardar a abertura de uma vaga.
Uma creche irregular — que foi fechada na semana passada no bairro Vida Nova, na região do Nova Lima, em Campo Grande — deixou mães de 58 crianças desamparadas, sem condições de pagar por creche particular e sem ter onde deixar os filhos por falta de vagas na rede pública.
Atualmente um novo processo de matrículas está em andamento pela secretaria para o ano letivo de 2022. Até o dia 15 de dezembro, os pais e responsáveis podem efetivar a matrícula das crianças contempladas com vagas na primeira listagem divulgada no dia 1° de dezembro.
No dia 10 de janeiro de 2022 será divulgada a segunda listagem das Emeis e o prazo para efetivação é até o dia 14 de janeiro. Por este motivo, a listagem das crianças, que aguardam uma vaga nas Emeis, só será atualizada após o fim de todos os prazos de matrícula para este público, informou a Semed ao Jornal Midiamax.
A interdição do espaço irregular que ajudava as moradoras no cuidado com os filhos expôs drama social vivido em diferentes regiões da Capital.
Uma professora do espaço disse ao Jornal Midiamax que não havia cobrança fixa de mensalidade e as mães custeavam o cuidado dos filhos como podiam. Ela disse que o fechamento da creche trará à tona a vulnerabilidade que muitas mulheres vivem nos bairros afastados da Capital.
Interdição
Segundo informações da equipe que esteve na fiscalização, foi feita uma visita que identificou 58 crianças de diferentes idades, de 6 meses a 10 anos, misturadas e sendo cuidadas por apenas quatro monitoras. Os relatos são de que a creche não cumpria nem as normas de biossegurança: todos estavam sem máscaras. Além disso, não havia estrutura para oferecer as atividades às crianças, como mesas e cadeiras.
Apesar dos problemas na estrutura, muitas mães do bairro viam a creche como uma saída para o desamparo. Com uma jornada extensa de trabalho e sem ter onde deixar os filhos, elas acabaram matriculando as crianças na instituição.
Foi o caso da camareira Izabelly Santos, de 20 anos. Ela tem dois filhos: uma menina de cinco anos e um menino de três, que ficavam na creche das 6 horas às 18 horas, com café, almoço e lanche da tarde garantidos. A mãe relata que não tem reclamações a fazer sobre a instituição.
“Eles ficavam na creche, mas eu fiquei desempregada e tive que tirar. Agora consegui um emprego e queria colocá-los de volta, quando tive a notícia de que foi fechada. Não tenho o que reclamar, era um lugar muito bom, eles aprendiam muito, tinha recreação”, conta.
Novas Emeis
A Emei da Vila Nasser tem previsão de ser inaugurada no primeiro semestre de 2022. Já as Emeis nos bairros Vila Popular, Jardim Talismã, São Conrado, Jardim Anache, Jardim Inápolis, Vila Nathália, Radialista e Oliveira III têm previsão de abertura de processo de licitação também no primeiro semestre do próximo ano.
Recentemente a prefeitura criou duas novas escolas municipais de educação infantil em prédios alugados: uma no distrito de Anhanduí que, pela primeira vez, passou a ter uma Emei, e outra no bairro Santa Fé, a qual já existia, entretanto, passou a ser administrada pela Semed.
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