‘Sabadão tem baile’: Jovens marcam festas pelo whats e ignoram caos da pandemia
“Revoada”, “offzinho”, “clandestino”, não importa como se chamam: as festas clandestinas, regadas a bebidas e frequentadas por jovens campo-grandenses, se tornaram algo comum durante a pandemia e, com as restrições, uma vertente ilegal do entretenimento na Capital. Desde a chegada da pandemia, as primeiras proibições foram relacionadas a aglomerações e festas, afetando boates, c…
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“Revoada”, “offzinho”, “clandestino”, não importa como se chamam: as festas clandestinas, regadas a bebidas e frequentadas por jovens campo-grandenses, se tornaram algo comum durante a pandemia e, com as restrições, uma vertente ilegal do entretenimento na Capital.
Desde a chegada da pandemia, as primeiras proibições foram relacionadas a aglomerações e festas, afetando boates, casas de show, bares e diversos comércios dos seguimentos. Meses depois ocorreu o surgimento dos “clandestinos”.
Festas realizadas por jovens, com entradas acessíveis e bebidas baratas – muitas vezes de baixa qualidade e procedência duvidosa – mas cumprem o seu papel: “deixar louco”, como os frequentadores dizem.
Esses eventos, em grande parte realizados sem autorização sanitária, possuem características comuns na organização, convite e realização, com o objetivo de burlar a fiscalização municipal.
Fácil acesso
Para realização da matéria, a reportagem se passou por um interessado no “rolê clandestino”, os convites são enviados através de grupos ou listas de transmissões em aplicativos de mensagens, não é preciso ir muito longe para conseguir um contato que irá conseguir um “convite”.
Apesar da palavra “convite”, não é necessário um papel ou algo do tipo para adentrar no local, a única barreira é descobrir um local. Para isso entramos em contato, através do WhatsApp, com três números.
Um organizador de eventos antes da pandemia, os outros dois, contatos disponíveis em redes sociais para duvidas relacionadas a supostos eventos que deveriam ocorrer nos próximos meses.
Basta algumas mensagens para conseguir o flyer (panfleto) digital sobre o evento. Como é possível ver abaixo, as informações necessárias estão todas expostas: entrada das 22h às 00h, mulheres não pagam, para homens a entrada custa R$ 15,00.
Em contato com um dos contatos adquiridos através das redes sociais, a conversa também é rápida e em poucas palavras o interessado já recebe a confirmação que haverá festa no final de semana e repassa as informações à reportagem.
Localização no dia
Olhando o convite novamente, é possível notar a frase “localização no PV (privado) dia 13”, suprimindo uma das informações mais importantes. Os verdadeiros interessados voltam a contatar o organizador no dia do evento para ser informado do local onde a festa irá ocorrer.
A medida, comum entre os organizadores, já ocorria antes mesmo da pandemia. Conforme uma pessoa envolvida com a organização desses eventos, que não iremos identificar nesta matéria, a não divulgação dos eventos ocorria para que os concorrentes não fizessem denúncias anônimas.
Medida que continuou e foi adaptada, hoje, em muitos casos utilizada para que a população não faça denúncias sobre quebra de protocolos e com isso não ocorra o encerramento do evento.
‘Sabadão tem baile’
Pandemia? Nem pensar, a grande atração e promessas para as festas clandestinas é a lotação, aliás, para seus frequentadores, quando mais gente melhor.
Em um áudio, enviado por um terceiro organizador, contato adquirido também pelas redes sociais, a promessa é clara “encosta… Papo de lotação” e um último pedido, para que os interessados compartilharem a mensagem nos stores, uma espécie de divulgação gratuita.
Denúncia
Em nota, a prefeitura municipal afirmou que festas clandestinas podem ser denunciadas por meio do telefone 153, número da Guarda Civil Metropolitana, que é responsável
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