Referência em casos não Covid, Pronto-Socorro da Santa Casa tem 120% de superlotação

Funcionários denunciam a falta de capacidade da ala para dar o tratamento adequado

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Com a pandemia, a Santa Casa se tornou referência no atendimento de pacientes não Covid. No entanto, o PS (Pronto-Socorro) do hospital tem recebido mais pessoas que a capacidade de tratamento, chegando a 120% de superlotação.

O número foi confirmado ao Jornal Midiamax pela Santa Casa, o hospital informou que chega a atender em média 120 pacientes no PS. Antes da pandemia, eram cerca de 100 pessoas atendidas na ala.

Assim, funcionários do setor se preocupam com as condições em que os pacientes são expostos em meio a pandemia. Além disso, precisam se desdobrar para atender cerca de três vezes mais pessoas que o comum. “Estamos atendendo 26 pacientes, o máximo é seis no PS”, disse um sobre a última terça-feira (11).

Um deles explica que na pandemia, casos gerais são enviados para o hospital, que é referência para pessoas não infectadas pela Covid-19. “Estão desovando pacientes aqui, chegam como vaga zero. A situação se repetiu em vários dias no hospital. A equipe está esgotada, não temos como dar tratamento adequado e digno para os pacientes”, desabafou um funcionário.

De acordo com o funcionário do hospital, a situação se repete há pelo menos três meses. Uma funcionária disse que já foram feitas notificações e denúncias para o hospital e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre a superlotação.

“Isso não pode continuar assim. Pessoas estão sendo tratadas sem um pingo de dignidade, porque não tem lugar, nem como assistir todo mundo”, disse a funcionária. Além disto, foi citado o medo de que pacientes morram por falta de assistência no Pronto-Socorro do hospital.

Pacientes de todo o Estado

De acordo com a Santa Casa, o Pronto-Socorro atende diversos pacientes de todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Assim, destaca que cerca de 25% a 30% são pessoas do interior do Estado.

Pacientes têm entrada desde acidentes de trânsito até AVC (Acidente Vascular Cerebral). Sobre isso, o hospital disse que recebe “vários tipos de pacientes, pois a Santa Casa neste momento é o único hospital a receber pacientes graves na Urgência e Emergência de casos Não-Covid”.

Quando entram em estado de superlotação, o hospital disse que comunicam as secretarias. “Toda vez que entramos em um quadro de superlotação enviamos um ofício informando as entidades públicas a situação do hospital”.

Em nota sobre a superlotação do PS da Santa Casa, a Sesau informou que “está ciente desta situação e tem buscado encaminhar somente os pacientes de vaga zero de referência do hospital, como traumas e AVC. Pacientes acometidos por outras patologias estão sendo direcionados para os demais hospitais”.

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