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José, um frentista de 30 anos, de Guararapes, reveza a pregação com Adilson. Ele conversou com a reportagem do Midiamax. Explicou que os três não fazem parte de nenhuma igreja, que se conhecem da e que resolveram vir para Campo Grande porque “Deus mandou”.

“Viemos com nosso dinheiro, nossa van quebrou, uma pessoa nos cedeu uma casa aqui em Campo Grande para ficarmos. Comida essas coisa, a gente consegue conforme Deus vai nos ajudando”

Perguntado sobre quanto tempo vão ficar em Campo Grande, José, que diz estar de férias em seu trabalho, não é enfático. “Até quando Deus mandar”.

Ele explica que o objetivo deles é tão somente pregar o evangelho, sem carregar bandeiras de nenhuma denominação, mas contou que todos fazem parte de uma mesma igreja, a Igreja Celestial.

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Ceila e Roberta não concordam com o teor da pregação (Foto: Marcos Ermínio)

Durante os 20 minutos que estivemos no local, a pregação passou pela cura do “homossexualismo”, por como o divórcio é pecado, seguidos de uma breve reflexão sobre como a pandemia do coronavírus é falta de fé, inclusive com a confidência de Adilson de que não tomou e não irá tomar vacina.

“Nós já oramos e já curamos pessoas da covid”, disse José.

Algumas pessoas, inclusive um casal, conversaram brevemente com José, elogiaram o trabalho deles e pediram oração, e assim foi feito.

O trio carrega alguns panfletos, entre eles um com ataque a imagem de Nossa Senhora, símbolo católico. Outro panfleto trata a orientação sexual não héteronormativa, como pecado.

A poucos metros de onde acontecia a pregação, um grupo de mulheres trans, gays e lésbicas, que trabalham no comércio local, acompanhava o trabalho dos religiosos. “Eu acho uma palhaçada. Primeiro que estão cometendo crime de intolerância religiosa e homofobia e no meio da rua. Segundo se for para pregar que seja dentro”, diz mulher trans Roberta Vendramini.

Já a Ceila Raquel, lésbica, diz que liberdade de expressão é uma coisa, crime é outra. “Eles estão claramente cometendo crime, não podem usar a liberdade como pretexto”.