Penitenciária de Dourados tem o maior número de detentos com Covid do Brasil

Mais da metade da população carcerária já foi contaminada por coronavírus na cidade

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A prisão com mais detentos com Covid-19 do Brasil é a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), a 229 km de Campo Grande. No sistema penitenciário, 52% dos presos já foram contaminados por coronavírus.

O levantamento nacional foi realizado pela Pública – agência de jornalismo investigativo – em 10 de maio. De acordo com a agência, dos 2.380 presos da Penitenciária, 1.236 foram infectados por coronavírus.

Assim, a PED tem o maior número registrado entre as prisões brasileiras. Na penitenciária foram confirmados 33 casos em servidores e um interno faleceu por causa da Covid-19.

Detentos indígenas

Na cidade é localizada a maior reserva indígena de Mato Grosso do Sul. Então, com 164 detentos indígenas, a PED “tem provavelmente o maior contingente de indígenas encarcerados do país”.

De acordo com informações da Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de MS), 86 indígenas encarcerados tiveram Covid-19. A Pública conversou com um policial da PED, que preferiu não se identificar. Ele estimou que 90% dos internos foram infectados.

O alto índice de infecções aconteceu entre o surto de coronavírus na penitenciária, entre agosto e outubro de 2020. “A própria administração não soube gerenciar as coisas”, disse à Agência. Ele revelou ainda que a obrigatoriedade de máscaras existe apenas nos corredores, nas celas e galerias os presos não usam o equipamento de proteção.

Covid se espalhou pelas prisões de MS

Por meio de LAI (Lei de Acesso à Informação), a Pública coletou dados do cenário pandêmico nos presídios de MS. Das 42 unidades prisionais, 30 tiveram casos de Covid-19. Ou seja, 71% das penitenciárias sul-mato-grossenses registraram casos da doença.

Cinco prisões registraram mortes por Covid-19 em detentos. De acordo com o boletim da Agepen, até 20 de maio haviam 4.517 internos infectados por coronavírus em todo o Estado.

São 17 ainda em tratamento, 4.495 considerados recuperados e cinco faleceram por causa da doença. O boletim informa ainda que 548 servidores foram infectados, 529 curados, 16 seguem se recuperando e três deles morreram.

Sobre os monitorados, 34 estão infectados, 28 já se recuperaram e dois seguem em tratamento. Desses, quatro não sobreviveram ao coronavírus. Para a Pública, a Agepen disse que o estado promoveu “testagem em massa” e tem “um dos menores índices de óbitos entre os custodiados”.

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